“O cabresto do politicamente correto”
Na segunda parte da conversa de Miguel Nagib com O Antagonista sobre a decisão de Cármen Lúcia de vetar a "mordaça prévia" no Enem, o criador do movimento Escola Sem Partido falou sobre o conceito de direitos humanos: “O edital não exige nem dos candidatos nem dos corretores...
Na segunda parte da conversa de Miguel Nagib com O Antagonista sobre a decisão de Cármen Lúcia de vetar a “mordaça prévia” no Enem, o criador do movimento Escola Sem Partido falou sobre o conceito de direitos humanos:
“O edital não exige nem dos candidatos nem dos corretores conhecimento algum sobre a legislação relativa aos direitos humanos. O que são ‘direitos humanos’ para o efeito do Enem? O que o candidato tem de respeitar para não levar zero na redação? Essa é a grande pergunta.
Então eu fiz um levantamento em sites de dicas de Enem dadas por especialistas, professores de redação e de português. E o que eles dizem é muito significativo: ‘cuidado para não parecer preconceituoso, intolerante, incivilizado’, ‘as opiniões racistas podem prejudicar’. Uma série de conselhos que nada têm a ver com direitos humanos, têm a ver é com o politicamente correto.
E eles dizem com todas as letras: ‘olha, você sabe que o Enem exige o politicamente correto.’ E o que é isso? ‘Tudo que pareça generoso e solidário é politicamente correto.’ Veja o tipo de orientação que é passada para milhões de brasileiros.
No fundo, é o cabresto do politicamente correto que está sendo colocado [para fazer prova]: nesse ano são mais de 6 milhões de inscritos no Enem, que ficam com uma espada balançando na cabeça. Se o sujeito tivesse a má sorte de manifestar uma opinião que vá de encontro à noção de politicamente correto do corretor, ele podia – agora não pode mais – tirar zero na prova.
Não há espaço para nuances. Na verdade, eles traçam uma linha justa à qual ou o estudante se adapta, ou ele tira zero. É realmente uma ameaça grave feita ao estudante, que está pretendendo uma vaga numa instituição de ensino superior.”
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