O blogueiro de crachá de Eduardo Bolsonaro
Defensor da família Bolsonaro no Twitter, Paulo Roberto de Almeida Prado Júnior se descreve na rede social apenas como “criador e redator de conteúdo” que fala “sobre televisão, quadrinhos, filmes e muitas outras coisas”. No entanto, o blogueiro é também secretário parlamentar do deputado federal Eduardo Bolsonaro desde 15 de julho de 2019...
Defensor da família Bolsonaro no Twitter, Paulo Roberto de Almeida Prado Júnior se descreve na rede social apenas como “criador e redator de conteúdo” que fala “sobre televisão, quadrinhos, filmes e muitas outras coisas”. No entanto, o blogueiro é também secretário parlamentar do deputado federal Eduardo Bolsonaro desde 15 de julho de 2019, com remuneração bruta de R$ 12.362,14 e gratificação natalina de R$ 4.749,53, de acordo com o site oficial da Câmara.
Paulo foi um dos convidados para a cerimônia de posse do presidente Jair Bolsonaro, em janeiro do ano passado, na categoria “mídia alternativa”. Na ocasião, o blogueiro de crachá Allan dos Santos publicou uma foto com mais nove colegas da rede bolsonarista credenciados para a cobertura no Palácio do Planalto, entre eles Paulo, e acrescentou a legenda: “Viemos para ficar e nossa fonte de renda NÃO É E NUNCA SERÁ o governo”.
Em 26 de agosto de 2018, Paulo também havia tuitado: “eu não trabalho pra eles [os Bolsonaro], assim como meus amigos do Twitter, influenciadores ou não, postamos DE GRAÇA”. E mais: “Não tem equipe de comunicação fazendo isso, é TUDO espontâneo, não tem agencia [sic], nada… é tudo gente comum que faz de graça”.
“Então não me venham falar em gente paga desse lado nao [sic]”, concluiu.
Em 8 de maio de 2019, Paulo novamente enfatizou seu apoio gratuito: “Apoio demais o Bolsonaro, DE GRAÇA, só minha família sabe o quanto eu destruí minha carreira defendendo publicamente o cara… e não me arrependi”.
O cargo remunerado do blogueiro veio à tona depois que ele postou uma foto com o político britânico Nigel Farage, “responsável pelo Brexit”, durante o CPAC nos Estados Unidos. Seu chefe, Eduardo Bolsonaro, que pagou a edição brasileira do evento alegadamente conservador com dinheiro público do fundo partidário, participa da edição americana. Eduardo também postou uma montagem de fotos na Heritage Foundation, na qual o secretário parlamentar aparece no canto inferior direito, de óculos e barba.
Após as cobranças virtuais por não ter destacado que não militava de graça, a conta de Twitter de Paulo chegou a ser desativada, mas já foi restabelecida.
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