O beija-mão de Jean Paul Prates pelo Senado
O movimento ocorre após o presidente da estatal entrar em rota de colisão com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, aproveitou o quórum do Senado durante a votação da PEC das drogas nesta terça-feira, 16, para fazer um beija-mão aos parlamentares. O movimento ocorre após o presidente da estatal entrar em rota de colisão com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
A sobrevida de Prates no comando da estatal se deu devido ao apoio junto a bancada de senadores da base governista. Em meio à crise com Silveira, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), fez chegar aos ministros do Palácio do Planalto que o presidente da Petrobras tinha forte apoio na Casa legislativa.
Jean Paul Prates foi senador pelo PT do Rio Grande do Norte e tem proximidade com uma parte da Casa Legislativa. Após a investida dos senadores, o presidente da estatal foi visto pelo plenário cumprimentando seus velhos aliados.
Disputa interna
O embate entre Jean Paul Prates e Alexandre Silveira voltou a gerar crises para o governo Lula depois que o ministro de Minas e Energia admitiu, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, que existe um conflito entre ele e o petista que comanda a estatal.
“Sempre tive debates acalorados, verdadeiros. Mas debates transparentes sobre o que eu, como governo, defendo na Petrobras; e o presidente da Petrobras, naturalmente, [defende] como presidente de uma empresa. Os papéis são diferentes. Por isso há um conflito”, afirmou.
Antes disso, os dois já haviam entrado em rota de colisão na discussão sobre a distribuição dos dividendos extraordinários da Petrobras. Prates defendia distribuir 50% dos recursos extraordinários aos acionistas, mas Silveira e o conselho discordaram diante de discussões sobre o fôlego da estatal para investimentos em energia limpa.
Na ocasião, Silveira defendeu que a Petrobras não tinha como objetivo exclusivo a “distribuição de lucros exorbitantes aos acionistas”.
Aos seus aliados, Prates avalia que a “invenção de crises” é uma forma de tentar derruba-lo do comando da estatal.
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