O arrastão histórico
A ORCRIM está aproveitando o esgotamento das pessoas com a Lava Jato para se salvar...
A ORCRIM está aproveitando o esgotamento das pessoas com a Lava Jato para se salvar.
Leia a editorial da O Globo:
O agravamento da crise política, a partir das delações da Odebrecht até chegar às elevadas temperaturas da acusação feita, com provas, ao presidente Michel Temer, pelo empresário Joesley Batista, do grupo JBS, terminou por ofuscar desdobramentos deste arrastão histórico que organismos de Estado fazem contra um esquema de corrupção de chamar a atenção do mundo, o petrolão (…).
À medida que a Lava Jato avançava arrolando, por exemplo, a cúpula do PT, depois a do PMDB, surgia um movimento no Congresso para a barrar procuradores, a PF e o juiz Sergio Moro, por meio de projetos de leis (…).
Os parlamentares temerosos com Curitiba sempre sonharam em dificultar acordos de delação premiada — o deputado suplente Wadih Damous, lulopetista, apresentou projeto na Câmara para proibir preso fechar acordo do tipo. Porém, o ataque até agora mais efetivo ao combate à corrupção partiu de Renan Calheiros. Sem qualquer preocupação com o fato de ser investigado e denunciado pelo Ministério Público, portanto de ter interesse pessoal em conter juízes, procuradores e policiais federais, o senador assina projeto contra “abuso de autoridade”.
É mais que defensável o objetivo de proteger o cidadão contra exorbitâncias de agentes públicos. Mas a intenção real é constranger procuradores, juízes e policiais, ameaçando-os com processos penais. Houve intenso debate, inclusive com a participação de Moro e procuradores, e alguma toxidade do projeto foi tirada, mas a intenção dele é barrar a luta contra a corrupção. O tema é relevante, porém, insiste-se que ele deve ser discutido depois de puxado este arrastão.
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