“O amanhã é opaco”
O advogado Miguel Reale Júnior, coautor do pedido de impeachment de Dilma Rousseff, comenta, em artigo no Estadão, a descrença e a imprevisibilidade destas eleições. Leia este trecho: “Dessa forma, nestes tempos...
O advogado Miguel Reale Júnior, coautor do pedido de impeachment de Dilma Rousseff, comenta, em artigo no Estadão, a descrença e a imprevisibilidade destas eleições.
Leia este trecho:
“Dessa forma, nestes tempos nublados de crise, época de transição, os valores do passado não mais satisfazem os espíritos, mas ainda não foram descortinados os valores do futuro: o amanhã é opaco, pois nele tudo será possível e pouco previsível. No Brasil, conjugam-se a incerteza deste momento de transformação, ainda indefinida, com a crise de autoridade, o que pode conduzir à desobediência civil, a uma perigosa anomia.
De um lado, o esgotamento do modelo social em voga e, de outro, a perspectiva de novas formas de relação em sociedade, de diferentes modos de trabalho e de distração (…).
Surgem, então, movimentos informais, dotados de lideranças difusas, como meio de expressão da vontade popular. No Brasil, soma-se a esta descrença a ausência absoluta de respeito aos governantes, tidos por incapazes e corruptos.
É nesse quadro que se desenvolverão as eleições gerais. Se para presidente ainda há elevadíssimo número de indecisos, o que dirá para o Parlamento, correndo-se o risco de dar mais do mesmo, por prevalecerem apenas os currais eleitorais.”
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