Nunes é favorito, e Boulos espera por milagre após live com Marçal
Última cartada do deputado federal foi a participação em uma live com o influenciador digital, na sexta-feira última
Após uma das eleições mais tumultuadas e disputadas da história, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), chega neste domingo, 27, pelo menos dez pontos percentuais à frente do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), conforme levantamento feito pela Quaest neste sábado. O Datafolha, como mostramos, projeta uma vantagem de 11 pontos.
O parlamentar, entretanto, ainda acredita em uma improvável virada aos 45 minutos do segundo tempo, principalmente após ter participado de uma live promovida pelo terceiro colocado na disputa pela prefeitura: Pablo Marçal (PRTB). O evento ocorreu na sexta-feira última, 25.
No sábado, ele ainda contou com uma campanha desencadeada pela primeira-dama Janja e que citou o Boletim de Ocorrência registrado pela esposa de Nunes. O prefeito classificou a campanha como “jogo baixo”.
Após ter imensas dificuldades para conseguir chegar ao segundo turno (ele ficou em primeiro, 81 mil votos na frente do terceiro colocado, Pablo Marçal – PRTB), coube ao prefeito de São Paulo apenas administrar a vantagem na fase final da campanha eleitoral. Segundo os primeiros levantamentos como Datafolha e Quaest, Nunes herdou, automaticamente, em torno de 85% dos votos de Marçal. Uma gordura que foi se dissolvendo ao longo do segundo turno.
Nunes evitou debates em São Paulo no segundo turno
De cinco debates realizados, Nunes faltou a dois e participou daqueles que ele classificou como essenciais: Band, TV Record e o da TV Globo, na véspera do segundo turno.
No segundo turno, Nunes também apostou na chamada ‘campanha propositiva’, focando na apresentação de propostas e fugiu ao máximo dos ataques do seu adversário, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL).
Neste segundo turno, o emedebista foi questionado, principalmente, sobre a falta de ação da Prefeitura de São Paulo ao longo da crise energética em outubro – que deixou 3,1 milhões de lares paulistanos sem luz – e sobre seu vínculo com pessoas investigadas pela Polícia Federal na chamada máfia das creches.
Boulos: de queridinho a franco-atirador
Em condição de franco-atirador, coube a Boulos, nos debates, nas propagandas eleitorais e nas entrevistas, requentar denúncias envolvendo o prefeito de São Paulo. Apesar disso, pesa contra o deputado federal a sua rejeição, na casa dos 50%, conforme os últimos levantamentos.
Para chegar em condição competitiva neste segundo turno, Boulos teve o suporte da máquina partidária do PT e da máquina federal.
O PT e o PSOL investiram pesado na campanha de Boulos. Foram injetados aproximadamente 82 milhões de reais. Somente a direção nacional do PT aportou em torno de 45 milhões de reais na campanha do candidato de Lula. A título de comparação, isso representou um terço de tudo aquilo que Lula gastou na campanha presidencial e 2022.
O presidente Lula foi presença constante na campanha de Boulos, participando de atos e de ações em apoio ao candidato. Mas, em virtude de um acidente doméstico, Lula foi obrigado a suspender todos os atos pró-Boulos na última semana de campanha.
Sem Lula, coube ao deputado federal contar com uma ajuda inesperada no finalzinho do segundo turno: Pablo Marçal. O influenciador realizou uma live na sexta-feira passada com a participação do candidato. Apesar de críticas internas, Boulos participou do evento argumentando que precisaria arregimentar votos justamente entre os eleitores de Pablo Marçal.
É exatamente nesse universo de 1,7 milhões de eleitores que reside a esperança de uma virada de Guilherme Boulos.
Acompanhe ao vivo a apuração do segundo turno, no canal de O Antagonista no YouTube ou na TV BM&C, com a equipe de colunistas do portal.
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