Nunes e Boulos voltam a trocar ataques e requentar denúncias em debate morno
Ambos trocaram acusações sobre o apagão, sobre rachadinha de Janones, investigações da PF e sobre a prisão do deputado federal em 2012
O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) e o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), voltaram a trocar ataques e a requentar temas já abordados ao longo do primeiro turno e início do segundo turno.
Ambos trocaram acusações sobre o apagão em São Paulo e, novamente, Boulos teve que se explicar pelo fato de ter recomendado o arquivamento da denúncia contra o deputado federal André Janones (Avante) por ter supostamente feito rachadinha em seu gabinete. O prefeito, mais uma vez, foi acusado pelo deputado federal de ter participação no esquema da chamada ‘máfia das creches’.
“Você, como deputado federal, passou pano e institucionalizou a rachadinha. Você foi para Brasília para fortalecer a corrupção. Você foi o relator que livrou o Janones, que moral que você tem para querer fazer pedido de abertura de conta, você não tem tamanho para isso?”, disse Nunes após ser desafiado por Boulos a abrir seu sigilo bancário no início do debate.
Boulos tentou, novamente, vincular o prefeito ao apagão em São Paulo durante o evento da TV Record.
“A mãe do apagão é a Enel, mas o pai do apagão é o Ricardo Nunes que não fez o básico, que é a poda e o manejo de árvores (…). Por que você não assumiu a responsabilidade e foi culpar o Lula pelo apagão?”, disse Boulos, sobre o apagão na capital paulista.
“A concessão, fiscalização e regulação da Enel e das empresas de energia no Brasil inteiro é do governo federal, é do ministro de Minas e Energia. Eles ficam defendendo a Enel, não tem condições”, defendeu-se Nunes.
Durante o debate, o prefeito de São Paulo apostou no discurso ideológico e tentou vincular os posicionamentos históricos do Psol como, por exemplo, as críticas do partido ao trabalho da Polícia Militar e à flexibilização do uso de drogas, à postura do deputado federal.
“Em relação à polícia, eu defendo o modelo de polícia que dá certo na Europa, que trata o crime com rigor e que trata igual quem mora na periferia e no centro. Com relação às drogas, você tem dificuldade de separar quem é traficante e quem é dependente. Você que está em casa, acredita que o dependente químico precisa ser preso? Não, ele precisa ser tratado. Em relação ao aborto, eu defendo a lei”, disse Nunes, sobre Boulos.
Durante o debate, Boulos também foi novamente questionado pela sua prisão em 2012, em São José dos Campos, durante uma ação de reintegração de posse na comunidade de Pinheirinho e sobre o fato de não ter sido processado por um motorista após ter fugido de uma batida de trânsito em 2017. O condutor cobrou uma indenização de 2,9 mil reais.
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