Boulos acusa Nunes de favorecer PCC e clima esquenta
Transporte, segurança e nomeações polêmicas marcaram o confronto entre os candidatos à prefeitura de São Paulo
O segundo debate entre Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL), transmitido pela Band nesta segunda-feira, 14, foi marcado por trocas intensas de acusações, com foco em segurança e transporte público.
Durante o embate, Boulos acusou o prefeito de São Paulo de ter nomeado Eduardo Olivatto, ex-cunhado de Marcola, líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), para um cargo na Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras. A acusação elevou a tensão entre os candidatos, que já haviam protagonizado momentos acalorados no primeiro bloco.
“Por que você nomeou o ex-cunhado do Marcola para a chefia do seu gabinete de obras?”, questionou Boulos, em tom provocativo. Nunes, visivelmente irritado, respondeu que nunca foi investigado ou condenado por qualquer crime, diferentemente de Boulos, que, segundo ele, “já foi preso”. “Você não vai me intimidar, eu vim da periferia e não tenho medo de nada”, afirmou o prefeito, buscando desqualificar as acusações e ressaltar sua trajetória pessoal.
O momento mais inusitado do debate ocorreu quando, após a troca de acusações, Nunes interrompeu Boulos para perguntar se ele estava bem de saúde, aproximando-se para lhe dar um abraço. A cena gerou risos entre os aliados de ambos os candidatos na plateia, aliviando momentaneamente o clima tenso do confronto.
Transporte e segurança dominam o segundo bloco
Além das acusações, o debate também foi marcado por discussões sobre propostas. Guilherme Boulos criticou a atual gestão por não apresentar soluções eficazes para a mobilidade urbana.
O candidato do PSOL propôs a isenção de motoristas de aplicativos do rodízio de veículos, a liberação de publicidade em táxis e a criação de 96 bases de apoio para motoboys. “Precisamos de soluções que modernizem o transporte e garantam condições dignas para quem movimenta nossa economia”, disse Boulos.
Nunes, por sua vez, destacou a parceria com o governo estadual de Tarcísio de Freitas (Republicanos) na área de segurança, além da ampliação das vagas em abrigos para pessoas em situação de rua.
Segundo o prefeito, sua gestão dobrou o número de vagas de acolhimento, de 14 mil para 29,4 mil, e expandiu o programa Vila Reencontro. “É preciso ação concreta, não só promessa. Vamos continuar com políticas que já deram certo, como as vilas de acolhimento e o aumento da segurança pública”, afirmou Nunes.
Habitação e saúde
No campo da habitação, Boulos prometeu o “maior programa habitacional da história” e criticou o que chamou de “abandono” das políticas públicas para a população em situação de rua. Ele defendeu que sua gestão priorizará a construção de moradias populares, garantindo emprego e renda para os paulistanos.
Nunes, por outro lado, reforçou os avanços na saúde, mencionando a construção de 19 novas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) em sua administração e prometendo entregar mais 15 se reeleito.
O debate acirrado reflete a disputa apertada entre os candidatos, com Nunes liderando as pesquisas com 55% das intenções de voto, contra 33% de Boulos, segundo o Datafolha. O próximo encontro entre os dois está marcado para quinta-feira, 17, em evento organizado pela RedeTV! e UOL.
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