Nunes e Boulos enrolam sobre mudanças de posição por votos
"Tenta-se fazer um debate ideológico numa eleição municipal onde se deveria discutir os grandes temas da cidade", defendeu-se Boulos ao ser questionado sobre maconha e aborto no debate da 'Folha' e do Uol
A menos de uma semana da votação, o prefeito Ricardo Nunes (MDB, à esquerda na foto) e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP, à direita na foto) têm de enfrentar o passado na disputa para avançar para o segundo turno pela Prefeitura de São Paulo.
Dois dos três líderes nas pesquisas de intenção de voto, Nunes e Boulos foram questionados pelo segundo debate seguido, desta vez no promovido pela Folha de S.Paulo e pelo portal Uol, por decisões e posições que teriam deixado de lado em busca de votos.
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No caso do prefeito, o questionamento é sobre sua posição em relação às vacinas contra Covid. Em novembro de 2023, Nunes disse que manteria a demissão de servidores que não se vacinaram, contrariando portaria do governo Bolsonaro. Nesta campanha, ele disse que não demitiu ninguém.
“Você vai aprendendo”
“A pandemia começou tem cinco anos. Em todo o processo, você vai aprendendo”, disse o prefeito ao ser questionado por uma jornalista, falando em “humildade”.
Segundo Nunes, “São Paulo se tornou a capital mundial da vacina” e foram demitidas apenas três pessoas de cargos comissionados por causa da falta de vacinação.
A deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) aproveitou para questionar se dá para confiar em pessoas que estão constantemente mudando para tentar convencer o eleitor, uma provocação que ela já tinha feito no debate da Record, no sábado, mas direcionada a Boulos.
“Ninguém acerta em tudo”
“Ninguém acerta em tudo”, retrucou Nunes, mas para dizer que não mudou de posicionamento. “Aquele era um momento novo, ninguém sabia lidar com aquela situação. Nós fizemos a lição de casa, temos consciência de que foi feito o que era preciso”, defendeu-se.
Na sequência, Boulos foi confrontado, também por uma repórter, com o fato de que já foi a favor da legalização da maconha e do direito das mulheres de decidir sobre o aborto, além de se negar a reconhecer a Venezuela de Nicolás Maduro como uma ditadura.
“Não nego os meus valores”
“Se tem uma coisa que ninguém pode dizer de mim é não ter coerência com os meus princípios”, respondeu Boulos, que disse que é por esse princípios que ele se tornou tão atacado na eleição. “Não nego a minha história, não nego os meus compromissos e os meus valores”, disse, para, logo na sequência, dizer que eles não importam nesta campanha.
“A questão é que tenta-se fazer um debate ideológico numa eleição municipal onde se deveria discutir os grandes temas da cidade”, disse o deputado.
Boulos retrucou que Nunes, sim, mudou de posição, não apenas sobre vacina, mas também sobre os atos de 8 de janeiro e sobre as mudanças climáticas, levando o debate para o terreno ideológico.
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