Nota do deputado Pedro Paulo
O deputado federal Pedro Paulo, ex-chefe da Casa Civil de Eduardo Paes, enviou a O Antagonista a seguinte nota a respeito da investigação do CADE sobre o cartel do BRT em que é citado...
O deputado federal Pedro Paulo, ex-chefe da Casa Civil de Eduardo Paes, enviou a O Antagonista a seguinte nota a respeito da investigação do CADE sobre o cartel do BRT em que é citado:
Em relação às notas publicadas pelo O Antagonista, em 04.01.2018, temos a esclarecer o seguinte:
– os delatores não mencionaram qualquer pagamento, benefício ou vantagem oferecida ao Deputado Pedro Paulo ou a quem quer que seja;
– os delatores não indicaram qualquer facilidade dada à Carioca Engenharia;
– a referida acusação, de que teria havido direcionamento de licitação, não é corroborada pelos acordos de colaboração premiada firmados por executivos de todas as demais empreiteiras mencionadas na referida nota;
– todas as demais empreiteiras, pela contrário, reafirmam que Pedro Paulo e Eduardo Paes jamais aceitaram qualquer pagamento ou ofereceram qualquer facilidade a quem quer que seja, no âmbito das obras realizadas pela Prefeitura, conforme depoimentos de Benedito Junior (Odebrecht); Clovis Renato Peixoto Primo (Andrade Gutierrez); Rogério Norá Sá (Andrade Gutierrez); Luciana Salles Parente (Carioca); Marco Antonio dos Santos Bomfim (Carioca); Antonio Cid Campelo Rodrigues (OAS); dentre outros;
– sobre os BRTs, disse Clovis Renato Peixoto Primo: “… que na Transcarioca não houve ‘acerto’; que na Prefeitura era diferente; que não houve conluio na licitação que contratou as empresas para a obra da Transcarioca”;
– ainda sobre o assunto, disse Rogério Nora de Sá: “… não tem conhecimento de ilícitos relativos a obras a cargo da Prefeitura… no [âmbito] das obras dos corredores do BRT”;
– disse, ainda, Antonio Cid Campelo Rodrigues sobre as obras do BRT Transcarioca que “nunca recebeu ou presenciou qualquer solicitação de propina por parte do Ex-Prefeito Eduardo Paes e tampouco ouviu outros servidores insinuarem que repassariam os recursos a ele; que inclusive ouviu da seu chefe Reginaldo que Eduardo Paes lhe pediu que relatasse qualquer pagamento de propina de servidores da secretaria para que ele pudesse tomar providências; que, pelo que sabe, Reginaldo nunca relatou nada ao ex-Prefeito”;
– o relato em si é questionável sob outros aspectos. Não faz sentido uma reunião no início de 2010 para tratar de licitações que ocorreriam apenas em 2012 (Transcarioca) e 2015 (Transbrasil);
– que o escritório mencionado não pertence ao ex-Prefeito Eduardo Paes, mas a um amigo e era usado pelo Deputado Pedro Paulo quando da necessidade de alguma reunião no Centro do Rio;
– que o Deputado Pedro Paulo utilizou o escritório em questão quando se desincompatibilizou da Prefeitura, para se candidatar para Deputado Federal, mas não se recorda de ter realizado qualquer reunião lá com os delatores;
– os delatores não indicam qualquer providência concreta e específica tomada pelo Deputado Pedro Paulo para beneficiar quem quer que seja;
– O Deputado Pedro Paulo não tinha qualquer responsabilidade ou participação, de qualquer natureza, nas licitações das obras dos BRTs construídos no Rio.
– o trato republicano com as obras do BRT, por parte do ex-Prefeito Eduardo Paes e do Deputado Pedro Paulo, está expresso em entrevista do Presidente da Andrade Gutierrez, Ricardo Sena, publicada na Folha de São Paulo, em 26.03.2017, sob o título “Fomos pegos pelados no meio da rua, diz presidente da Andrade Gutierrez”, em que afirmou: “A gente ganhou o contrato da Transcarioca [via expressa no Rio de Janeiro] e tinha só uma planilha… O que gerou? R$ 450 milhões de prejuízo. Para perder esse tanto de dinheiro tem que ser muito competente. Qual foi a solução do prefeito [Eduardo Paes]… Reconheço, mas entre na justiça”;
– o Deputado Pedro Paulo não conhece e, até onde se recorda, jamais esteve com os Srs. Moscou (da Carioca), Antônio Cid Campelo e Djalma (da Oriente); nunca esteve, tampouco, com o Sr. Pedro Rache ou com qualquer representante da empresa Contern;
– o relato feito no âmbito do CADE atribui uma suposta influência do Deputado Pedro Paulo a favor da empresa Contern, sem uma prova sequer, somente com base em “achismo” – vide trecho do depoimento do delator: “ocorre que, possivelmente por influência do Sr. Pedro Paulo (à época, Chefe da Casa Civil), a Contern também teve que ser acomodada no consórcio, de modo a se sagrar vencedora no arranjo anticompetitivo.”
– não há uma prova sequer em reforço do alegado direcionamento de licitação. Não há um e-mail, uma mensagem, um documento qualquer que confirme isso;
– fica a seguinte pergunta: TODA a “influência” do Deputado Pedro Paulo se resume a uma única reunião? Ou uma segunda em um escritório? De algo que aconteceu anos depois?
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