Nise Yamaguchi pede desculpas e diz ter sido mal interpretada
A médica Nise Yamaguchi, afastada pelo Hospital Israelita Albert Einstein, divulgou neste domingo uma nota em que pede desculpas "por expressões outras e interpretações errôneas sobre assuntos sensíveis ao grande sofrimento judaico". Nise diz que seus comentários, feitos em uma entrevista...
A médica Nise Yamaguchi, afastada pelo Hospital Israelita Albert Einstein, divulgou neste domingo uma nota em que pede desculpas “por expressões outras e interpretações errôneas sobre assuntos sensíveis ao grande sofrimento judaico”.
Nise diz que seus comentários, feitos em uma entrevista à TV Brasil, foram “objeto de interpretações não condizentes com suas convicções, foram manifestadas no intuito de expressar a maior dor que ela conhece”.
Como publicamos, o hospital justificou o afastamento da médica em razão de uma “analogia infeliz e infundada entre o pânico provocado pela pandemia e a postura de vítimas do Holocausto”.
Leia abaixo a íntegra da nota Nise Yamaguchi:
“Dra. Nise Yamaguchi, por meio de sua assessoria jurídica, manifesta este esclarecimento:
Vem agradecer as inúmeras manifestações de apoio e solidariedade de todos aqueles que compreendem a importância da discussão da Hidroxicloroquina em tratamento precoce do COVID – 19, tendo exercido esse mister conjuntamente com o Doutor Vladimir Zelenko da Comunidade Chassidica de Nova York pela utilização de seu protocolo no Mundo.
Têm orgulho de ser membro do Corpo Clínico do Hospital Israelita Albert Einstein por mais de 30 (trinta) anos, possibilitando ajudar e atender inúmeros pacientes. Agradece de forma especial todo o apoio por cartas, e-mails e ligações de diversos membros da Comunidade Judaica, que compreenderam que jamais seria ela anti-semita, já que foi ela a maior apoiadora do processo de conversão da sua irmã para o Judaísmo (Greice Naomi Yamaguchi).
Homenageia os brilhantes cientistas judeus na pessoa do seu mentor, o Professor Doutor Reuben Lotan (Z”L) do M.D. Anderson Cancer Center e previamente do Instituto Weizmann de Israel, que muito a apoiou na sua tese de doutorado na Universidade de São Paulo.
Por tudo aqui já relatado, é cristalino o entendimento de que nunca foi ela antissemita, ao contrário, expressa verdadeira e irrestrita admiração ao conhecimento e toda a contribuição que o povo judeu deu ao planeta, quer por suas percepções científicas, quer pela sua convivência mais íntima.
Por fim, manifesta o pedido de desculpas por expressões outras e interpretações errôneas sobre assuntos sensíveis ao grande sofrimento judaico que envolveram seu nome, pois é solidária à dor dessa ilustre comunidade como a maior das atrocidades de nossa história ocidental.
Suas palavras, objeto de interpretações não condizentes com suas convicções, foram manifestadas no intuito de expressar a maior dor que ela conhece.“
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