O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), candidato à Prefeitura de São Paulo, declarou antes do debate da TV Record que ‘não vê com bons olhos quem usa religiosidade para ganhar voto.

“Eu não vejo com bons olhos quem, em tempo de eleição, quer usar a religiosidade das pessoas para, muitas vezes, inventar mentiras ou ganhar voto”, declarou o parlamentar.

Boulos fez essa declaração justamente na semana em que seu padrinho político, Lula, intensificou a aproximação junto ao eleitorado evangélico. Nesta semana, por exemplo, Lula participou de uma solenidade no Palácio do Planalto de sanção do Dia Nacional da Música Gospel.

E, na quinta-feira, 17, durante um comício em Camaçari ao lado do ex-prefeito Luiz Caetano, do PT, que disputa o segundo turno com o candidato Flávio (União), Lula fez exatamente aquilo que Boulos condenou neste sábado.

“Eu fico muito orgulhoso de ver o Caetano arrumar uma vice, uma mulher negra, uma pastora. Não tem nada mais extraordinário do que essa união de dois partidos de esquerda. A gente não tem medo de dizer que a gente é de esquerda porque ninguém foi mais de esquerda do que Jesus Cristo. Ninguém”, disse o petista.

Como está a disputa pela prefeitura de São Paulo?

O segundo levantamento publicado pelo instituto Datafolha, nesta quinta-feira, 17, aponta o prefeito com 51% das intenções de voto e o deputado federal com 33% dos votos no cenário de segundo turno em São Paulo.

Enfrentando o apagão que atinge a cidade desde a última sexta-feira, 11, o atual prefeito registrou queda de quatro pontos percentuais em comparação à primeira pesquisa do mesmo instituto.

Os votos nulos, indecisos e abstenções somam 16%.

A pesquisa foi realizada entre os dias 15 e 17 de outubro, com margem de erro de três pontos percentuais.

Votos de Nunes não vão para Boulos

A queda de quatro pontos percentuais de Nunes não reflete, porém, um crescimento de Boulos. O levantamento indica que os quatro pontos percentuais perdidos por Nunes, na verdade, contribuíram no crescimento de votos nulos, branco e indecisos que foram de 10% para 16%.