O novo líder do PSB na Câmara, Gervásio Maia, afirmou a O Antagonista que a saída do partido do bloco partidário de Arthur Lira (PP-AL) teve como principal objetivo dar maior autonomia tanto ao partido quanto aos seus parlamentares.

Ontem, o partido do vice-presidente Geraldo Alckmin protocolou a sua saída do bloco partidário que reúne as siglas como o PP de Lira e o União Brasil. No ano passado, Lira conseguiu reunir tanto partidos de centro quanto os de esquerda em um megabloco parlamentar. Faziam parte do grupo PP, União Brasil, PSDB-Cidadania, PDT, Solidariedade, PRD, Avante e PSB.

Agora, a sigla vai atuar de forma isolada enquanto busca uma alternativa para compor em um outro bloco partidário. Há a possibilidade de que o PSB faça parte do grupo que hoje reúne o PSD, MDB, Republicanos e Podemos. Mas a decisão ficará para depois do Carnaval.

“Sei que essa decisão surpreendeu a todos. Mas não se faz omelete sem ovos. Estamos buscando uma maior autonomia. Em bloco, nós dependíamos da decisão do líder do bloco para falar em plenário ou apresentar destaques [sugestões de mudanças em textos parlamentares]. Não era uma situação interessante para a bancada”, disse o Gervásio a O Antagonista.

“A saída foi uma estratégia da nossa bancada”, acrescentou.

Líderes partidários, no entanto, enxergaram nesse movimento uma forma do PSB de se distanciar do grupo do Lira, em resposta ao Palácio do Planalto. Como temos mostrado, Lira intensificou sua artilharia contra o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Nesta segunda-feira, durante sessão de abertura dos trabalhos do Poder Legislativo, Lira afirmou:

“Errará, insisto, errará grosseiramente qualquer um que aposte numa suposta inércia desta Câmara dos Deputados neste ano de 2024. Seja em razão das eleições municipais que se avizinham, seja, ainda, em razão de especulações sobre eleições para a próxima Mesa Diretora, a ocorrerem apenas no próximo ano.”

Como antecipado por O Antagonista ainda no ano passado, o deputado Gervásio Maia (PB) assumiu a liderança do PSB na Câmara ontem.

Durante a reunião onde Gervásio foi escolhido como líder da Bancada, os parlamentares do PSB também definiram os outros comandarão a Bancada até o final da 57ª Legislatura. Pedro Campos (PE) será líder em 2025 e Jonas Donizette (SP) em 2026.