“NÃO PODE TER NADA EM TEU NOME, ENTENDEU?”
Como O Antagonista antecipou, Renato Duque narrou a Sérgio Moro três encontros com Lula. Um em 2012, outro em 2013 e o último em 2014, já com a Lava Jato em campo...
Como O Antagonista antecipou, Renato Duque narrou a Sérgio Moro três encontros com Lula. Um em 2012, outro em 2013 e o último em 2014, já com a Lava Jato em campo.
“Nesse encontro de 2012, para mim ficou muito evidente, fiquei surpreendido com o conhecimento que ele tinha do projeto de sondas. Esse encontro se deu em julho de 2012, a meu pedido, falei com Vaccari que queria agradecer o período que passei na Petrobras. Ele começou a fazer algumas perguntas sobre a questão das sondas, uma delas é por que não tinha sido assinado o contrato ainda.”
“Eu fiquei surpreendido, porque naquela hora o presidente Lula e o Vaccari… ficou claro para mim que ele conhecia tudo. E falando esse tipo de coisa na frente do Vaccari e na minha frente… Ele tá comandando tudo. Vaccari era um braço que atuava para Lula.”
“Teve um segundo encontro em que, da mesma maneira, ele fez perguntas sobe sondas, que não tava recebendo (o dinheiro). Perguntou se eu sabia por que as empresas não estavam pagando. Eu não soube responder.”
“E por fim no último encontro, em 2014, com a Lava Jato em andamento, ele me chama em São Paulo. Eu tenho uma reunião no hangar da TAM no aeroporto de Congonhas e ele me pergunta se eu tinha uma conta na Suíça com recebimentos da empresa SBM, dizendo que a presidente Dilma tinha recebido a informação de que um ex-diretor da Petrobras tinha recebido dinheiro da SBM numa conta na Suíça.”
“Eu disse ‘nunca recebi dinheiro da SBM’. Ele vira para mim: ‘E das sondas tem alguma coisa?’ E tinha, né. mas falei. ‘Não tem.’ Ele diz ‘Presta atenção no que vou te dizer: se tiver alguma coisa, não pode ter, entendeu! Não pode ter nada em teu nome, entendeu?’ Eu entendi, mas o que que eu ia fazer. Não tinha mais nada pra fazer.”
“Ele foi, disse que ia conversar com a Dilma, que ela estava preocupada com esse assunto e que iria tranquilizá-la. Ficou claro para mim que ele tinha o comando.”
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