“Não julgo nome, julgo ações”, diz Amorim sobre secretariado de Trump
Braço direto do presidente Lula (PT) em assuntos internacionais "espera que Trump" também seja parceiro do Brasil
O assessor especial da Presidência da República para assuntos internacionais, Celso Amorim (foto,à esquerda), disse nesta sexta-feira, 15, ainda ser cedo para avaliar as ações do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, após a escolha dos principais nomes que irão compor o seu segundo mandato.
“Primeiro, a gente tem que respeitar os processos de todos os países. Vamos ver como as coisas evoluem ainda. Alguém veio me perguntar: ‘o que o senhor acha dos nomes?’ Eu não julgo nomes, julgo atos, ações“, disse Amorim no G20 Social, no Rio.
Amorim afirmou que espera que Trump ajude o Brasil da mesma forma que “Joe Biden foi um bom parceiro”:
“Vamos esperar que, mesmo na busca do seu interesse, da America great [América grande], o presidente Trump também ajude. Eu fiquei contente de ver o [Elon] Musk conversar com o embaixador do Irã. É a conversa e o diálogo que podem trazer paz no mundo, não as reafirmações de princípios individuais“.
Trump anunciou boa parte do secretariado que vai comandar os Estados Unidos a partir de 2025.
A escolha por Marco Rubio para a secretaria de Estado pode mudar o rumo das relações entre os americanos e o governo Lula.
Filho de cubanos, Rubio defende uma postura contrária ao regime ditatorial que fez com que seus pais se refugiassem nos Estados Unidos.
Ele já contestou a postura do presidente Lula em 2023, ao se aproximar com governos cujas políticas restringem as liberdades individuais e coletivas:
“Biden deve adotar uma linha firme com o novo presidente do Brasil, responsabilizando Lula por sua simpatia pelo Partido Comunista Chinês, bem como por outras ditaduras sangrentas como as de Cuba, Nicarágua e Venezuela.”
Sem “julgar” Venezuela
O “Chefe do Itamaraty Paralelo” e assessor de Lula (PT) ainda não condenou a ditadura venezuelana de Nicolás Maduro, que fraudou as eleições presidenciais de 28 de julho e prendeu opositores, entre elas crianças e adolescentes.
Mesmo após uma pequena desavença com Maduro, sobre o veto do Brasil à entrada da Venezuela nos Brics, Amorim colocou “panos quentes” durante uma audiência na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados.
Ele negou que tenha ocorrido um veto formal, porque não ocorreu uma votação formal sobre o assunto.
O recado do regime venezuelano, no dia 30 de outubro, destacou o comportamento de Amorim:
” O assessor especial para Assuntos Externos, Celso Amorim, quem, comportando-se como mais um mensageiro do imperialismo norte-americano, dedicou-se de forma impertinente a emitir julgamentos de valor sobre processos que cabem apenas aos venezuelanos e venezuelanas e suas instituições democráticas “.
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