“Não foi Jair Bolsonaro quem inventou o governo do ‘nós’ contra ‘eles’. Ele copiou o modelo petista”
Ainda vale registrar o que disse o Estadão ontem, no editorial "O esgarçamento do tecido social", sobre como Jair Bolsonaro apenas repete, com sinal invertido, o que foi instaurado por Lula e o PT: o jogo do "nós contra eles". Leia um trecho: "Não resta dúvida de que várias das ações do presidente Jair Bolsonaro e de membros do governo têm um nítido caráter desagregador...
Ainda vale registrar o que disse o Estadão ontem, no editorial “O esgarçamento do tecido social”, sobre como Jair Bolsonaro apenas repete, com sinal invertido, o que foi instaurado por Lula e o PT: o jogo do “nós contra eles”.
Leia um trecho:
“Não resta dúvida de que várias das ações do presidente Jair Bolsonaro e de membros do governo têm um nítido caráter desagregador, fomentando explicitamente a polarização e a divisão do País. Não deixa de ser estranho, no entanto, que muitos dos atuais críticos desse desmoronamento do tecido social e político operado pelo governo Bolsonaro tratem tal fenômeno como algo novo. Quem inaugurou, na história recente do País, esse modo perverso de governar foi o sr. Luiz Inácio Lula da Silva.
Não foi Jair Bolsonaro quem inventou o governo do ‘nós’ contra ‘eles’. Ele simplesmente copiou o modelo petista, trocando o sinal. O que antes era dedicado aos “neoliberais” – tratados como se fossem a antítese de toda e qualquer preocupação com o interesse público, fomentadores da ganância privada e cúmplices de todas as injustiças sociais – foi agora dirigido aos ‘comunistas’, quando muito aos ‘socialistas’ – que passaram a ser os grandes destruidores da moral, da economia e dos bons costumes do País.
O desrespeito com o lado oposto e a intolerância com a divergência política não nasceram com as recentes passeatas que pedem intervenção militar e fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF). A rejeição da convivência pacífica diante do pluralismo ideológico e político vem sendo pregada e alimentada pelo sr. Luiz Inácio Lula da Silva, o PT e os ditos movimentos sociais, pelegos do partido, há muito tempo.
Alerta-se agora para o risco – real, deve-se reconhecer – da ‘normalização da violência’ contra grupos minoritários. Mas a tolerância com a violência, como se ela fosse consequência inexorável do atuar político, também não é coisa criada por bolsonaristas. O PT e os movimentos sociais aliados que o digam. Por exemplo, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), tratado e alimentado cordialmente pelos governos petistas, nunca se dispôs a abandonar a violência, assumindo exclusivamente a negociação pacífica. Tão incorporada essa obsessão pelo recurso à violência, que os movimentos sociais sempre combateram toda e qualquer mudança legislativa tendente a consolidar a paz social e a ordem pública, alegando que o objetivo de fundo era, ao contrário, criminalizar a militância social e política. Ou seja, eles mesmos reconheciam que não estavam do lado da tolerância, do diálogo e da não violência.”
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