Flávio Dino (foto, à direita), o mais novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta quinta-feira, 14, que “ficou feliz” com o abraço do senador e ex-juiz Sergio Moro (União-PR) na sabatina do Senado, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Na conversa com jornalistas, Dino também disse que não tem qualquer informação sobre o voto do ex-juiz da Lava Jato.

“O que achei importante é que houve um clima educado, gentil [durante a sabatina]. Só pode haver um novo desenho institucional do país na medida em que adversários políticos possam conversar e meçam suas palavras. Essa é uma espécie de pré-condição. Não fiquei incomodado [com o abraço do Moro]. Ao contrário, fiquei feliz. Fui colega do senador Sergio Moro há 25 anos. Mas o diálogo não depende só de mim”, declarou Dino.

Moro tem sido alvo de críticas após o gesto. Durante suas perguntas a Dino, na sabatina, Moro comentou o abraço e se explicou sobre o episódio:

“Eu fui até aí cumprimentá-lo, acho que é um dever de cordialidade e civilidade. Vossa Excelência me perguntou algo, eu achei graça e dei uma risada. Tiraram várias fotos, já está viralizando, como se isso representasse minha posição. Eu sempre deixei muito claro, eu tenho diferenças com o atual governo, e Vossa Excelência faz parte do atual governo. Tenho diferenças profundas, e tenho sido um crítico, inclusive da gestão de Vossa Excelência, mas não perderei a civilidade e acho que este país precisa disso, para que nós possamos diminuir a polarização.”

Quando será a posse de Dino?

Após reunião com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, Dino afirmou que sua posse deve ocorrer em 22 de fevereiro de 2024.

Dino afirmou que pretende deixar seu mandato de senador um dia antes, em 21 de fevereiro. Até lá, o novo integrante da Corte vai tratar da transição no Ministério da Justiça. Hoje, o ex-ministro Ricardo Lewandowski é o mais cotado para substituí-lo na pasta.

Dino esteve no STF a convite de Barroso para “agradecer a acolhida fraterna” dos demais ministros. “Ao mesmo tempo, começamos a tratar dos detalhes práticos destinados à posse que ocorrerá após, na segunda quinzena de fevereiro, provavelmente no dia 22 de fevereiro”, disse.

Sobre sua sucessão, Dino desconversou e negou que esteja sendo ouvido sobre o assunto.

Indicado para o STF pelo presidente Lula (PT), Dino teve o apoio de 47 senadores, com 31 contrários; houve duas abstenções. O mandato de Dino no Senado será assumido definitivamente pela sua suplente, Ana Paula Lobato (PSB). Ela já vinha no cargo desde o começo deste ano, quando Dino assumiu o Ministério da Justiça.