Não é Weimar, não é Thomas Mann
Em entrevista ao Estadão, Eduardo Giannetti disse coisas sensatas e insensatas. Entre as sensatas, está a imposssibilidade de o novo governo zerar o déficit no final do ano que vem, como quer Paulo Guedes. Entre as insensatas, está a análise do que chama de “polarização raivosa”...
Em entrevista ao Estadão, Eduardo Giannetti disse coisas sensatas e insensatas. Entre as sensatas, está a imposssibilidade de o novo governo zerar o déficit no final do ano que vem, como quer Paulo Guedes.
Entre as insensatas, está a análise do que chama de “polarização raivosa”:
“A França teve a Revolução Francesa, a Espanha, a Guerra Civil e a Alemanha, a República de Weimar, que, dentro de um arcabouço democrático, elegeu Hitler, num enfrentamento entre nazismo e bolchevismo.Há muitos paralelos, mas não estou dizendo que isso deve ser ipsis literis aplicado ao Brasil. Quando essa polarização estabelece, ela não permite mais nada que não esteja em um dos polos. Isso destrói o processo democrático eleitoral e a possibilidade de diálogo. Na Alemanha, você era bolchevique ou nazista. E a elite financeira e industrial alemã, com medo do bolchevismo, estava topando qualquer aventura. Encontrei declarações de banqueiros e industriais alemães dizendo que Hitler não era problema porque, depois de eleito, eles o domesticariam. A elite econômica topou qualquer coisa para impedir que se repetisse na Alemanha uma revolução comunista nos moldes da Russa.”
O Brasil de hoje está muito longe de ser a República de Weimar, assim como Eduardo Giannetti está muito longe de ser Thomas Mann.
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