“Não deixarei de lutar pelo que acredito”, diz Amanda Vettorazzo após ameaças
Vereadora mantém luta por projeto que proíbe apologia ao crime, enquanto aguarda medidas de segurança da Câmara Municipal
A vereadora Amanda Vettorazzo (União Brasil), ligada ao Movimento Brasil Livre (MBL), segue enfrentando ameaças após protocolar um projeto de lei que proíbe a contratação de artistas que promovam apologia ao crime organizado e ao uso de drogas em eventos financiados pelo poder público.
Em entrevista, Amanda falou sobre as intimidações recebidas, o impacto no debate público e seus próximos passos, tanto na luta pelo projeto quanto para garantir sua segurança.
“Fiz um memorando para a presidência da Casa solicitando segurança e estou aguardando um retorno”, afirmou Amanda, que não esconde a preocupação, mas reforça que não cederá às pressões. “Não deixarei de lutar pelas coisas que acredito e para as quais fui eleita.”
Para a vereadora, o estado não pode apoiar financeiramente “agentes que são considerados inimigos”. Amanda espera que os colegas parlamentares compreendam a relevância do projeto e acredita que ele pode marcar uma postura mais firme contra a influência do crime na cultura.
O deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP), também ligado ao MBL, divulgou nesta segunda, 27, que vai apresentar projeto de lei com o mesmo teor.
- Leia a entrevista exclusiva da vereadora Amanda Vettorazzo para O Antagonista:
– Você tem recebido apoio suficiente para lidar com as ameaças e seguir com o projeto de lei?
Fiz um memorando para a presidência da Casa solicitando segurança e estou aguardando um retorno.
– Acha que essas ameaças podem intimidar outros vereadores que pensam em projetos parecidos?
Não posso falar sobre a reação de outros parlamentares, mas não deixarei de lutar pelas coisas que acredito e para as quais fui eleita.
– Como você vê o impacto desse caso no debate público sobre segurança e cultura?
O estado não pode financiar agentes que são considerados inimigos. Facções criminosas devem ser tratadas como organizações terroristas, sem leniência. Elas não podem invadir nossa cultura. O crime se combate não só na bala, mas também no imaginário das pessoas.
– Depois de tudo isso, quais são os próximos passos para garantir sua segurança e aprovar o projeto?
Minha segurança agora depende da decisão da Casa. Quanto ao projeto, ele seguirá os trâmites normais, e espero que os parlamentares compreendam a importância de proibir o uso de dinheiro público na contratação de eventos e shows culturais que promovam apologia a organizações criminosas e ao uso de drogas.
– Esse episódio mudou sua visão sobre o uso das redes sociais no debate político?
Não, já estou acostumada com embates e buscarei que a justiça seja feita para que eu tenha a minha liberdade como parlamentar garantida.
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Comentários (3)
Angelo Sanchez
28.01.2025 12:56Não dá pra criticar o crime organizado, depois que o próprio Supremo soltou um chefão do tráfico, estamos sem a proteção do estado, é melhor ficar caladinho.
Ita
28.01.2025 10:40Os políticos das arminhas tem seu reduto eleitoral onde? por outro lado os defensores das mulheres tem seu nicho eleitoral onde? o populismo e o oportunismo eleitorais explicam tudo isso.
Fabio B
28.01.2025 09:59Muita coragem dessa vereadora! Impressionante como tantos políticos que vivem posando de bravos, fazendo arminha e cheios de discurso, não incomodam o tráfico de drogas nem um décimo do que o projeto dessa moça conseguiu incomodar. Mas curioso mesmo é que nenhum artista ou ONG que defende os direitos das mulheres tenha se manifestado contra as ameaças que ela vem sofrendo. Por que será, hein???