“Não contem comigo para ações que maculem a democracia”, diz Arthur Lira
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), confirmou há pouco que vai levar a PEC do Voto Impresso para o plenário da Casa. Apesar disso, ele deu um recado a Jair Bolsonaro ao afirmar "não contem comigo para ações que maculem a democracia”...
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), confirmou há pouco que vai levar a PEC do Voto Impresso para o plenário da Casa. Apesar disso, ele deu um recado a Jair Bolsonaro ao afirmar “não contem comigo para ações que maculem a democracia”.
Lira disse que vai discutir a tramitação da proposta, rejeitada ontem na comissão especial, durante a reunião de líderes da próxima segunda-feira.
A ideia de Lira é encerrar a discussão sobre o assunto assim que o plenário da Câmara analisar a proposta, defendida por Jair Bolsonaro.
“A Câmara dos Deputados é a casa das leis e, infelizmente, assistimos nos últimos dias a um tensionamento. Quando a corda é puxada com muita força, isso leva os poderes para além dos seus limites”, afirmou Lira.
“Não contem comigo com qualquer movimento que rompa ou macule a independência e a harmonia entre os poderes, ainda mais como chefe do poder que mais representa a vontade do povo brasileiro”, disse o presidente da Câmara. “Esse é o meu papel e não fugirei jamais desse compromisso histórico e eterno”, declarou o presidente da Câmara.
“O botão amarelo continua apertado. Segue com a pressão do meu dedo. Estou atento, 24 horas atento. Todo tempo é tempo”, complementou.
Leia o discurso de Arthur Lira na íntegra:
“O Brasil tem enormes desafios, como as reformas tributária, administrativa, questões ambientais, o combate à pandemia com o avanço da vacinação, além da criação de condições sócio-econômicas para a geração de emprego e renda.
O voto impresso está pautando o Brasil. Não é justo com o país e com o que a Câmara dos Deputados tem feito para enfrentar os grandes problemas do Brasil desde que assumi a presidência desta Casa.
Avançamos em muitas questões, atualizando e modernizando a legislação e retirando da gaveta projetos que estavam represados. O Brasil sempre teve pressa e o momento atual é ainda de maior urgência.
A Câmara dos Deputados é a casa das leis e, infelizmente, assistimos nos últimos dias a um tensionamento. Quando a corda é puxada com muita força, isso leva os poderes para além dos seus limites.
A Câmara dos Deputados sempre se pauta pelo cumprimento do regimento e pela defesa da sua vontade que é a expressão máxima da democracia.
Pela tranquilidade das próximas eleições e para que possamos trabalhar em paz até janeiro de 2023, vamos levar a questão do voto impresso para o plenário, onde todos os parlamentares, eleitos legitimamente pela urna eletrônica, vão decidir.
Para quem fala que a democracia está em risco, não há nada mais livre, amplo e representativo que deixar o plenário manifestar-se.
Só assim teremos uma decisão inquestionável e suprema porque o plenário é nossa alçada máxima de decisão, a expressão da democracia. E vamos deixá-lo decidir.
Esta é a minha decisão.
O presidente da República tem o seu gabinete, a Suprema Corte tem os seus juízes e o Ministério Público Federal tem no procurador-geral da república firmeza e responsabilidade constitucional. Todos ciosos de seu espaço institucional.
E a Câmara dos Deputados é a casa mais democrática, onde o voto livre reverbera sempre a vontade popular.
Ouvir a casa – ser a voz de todos os deputados, sermos nós e não “eu” – coisa que venho repetindo constantemente para todos vocês.
Por isso, esta é uma decisão coerente com minha trajetória – de homem público que não foge do debate.
Repito, não contem comigo com qualquer movimento que rompa ou macule a independência e a harmonia entre os poderes, ainda mais como chefe do poder que mais representa a vontade do povo brasileiro.
Esse é o meu papel e não fugirei jamais desse compromisso histórico e eterno.
O botão amarelo continua apertado. Segue com a pressão do meu dedo. Estou atento. 24 horas atento. Todo tempo é tempo.
Mas tenho de certeza que continuarei pelo caminho da institucionalidade, da harmonia entre os poderes e da defesa da democracia.
O plenário será o juiz dessa disputa que já foi longe demais.”
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