Nada de aniversário do golpe para Silvio Almeida
O Ministério dos Direitos Humanos cancelou uma cerimônia alusiva aos 60 anos do golpe militar de 1964
Por determinação de Lula (PT), o Ministério dos Direitos Humanos, de Silvio Almeida, cancelou uma solenidade marcada para 1º de abril, um dia após o aniversário de 60 anos do golpe que instaurou a ditadura militar no Brasil, registrou a Folha de S. Paulo.
O evento, que aconteceria no Museu da República, em Brasília, exaltaria os perseguidos pelo regime militar e teria um discurso do ministro dos Direitos Humanos.
A decisão é mais um aceno de Lula aos militares, com quem o petista tenta evitar novos atritos.
Apesar do veto do Palácio do Planalto à cerimônia de Silvio Almeida, a Comissão de Anistia deve manter os julgamentos previstos para 20, 21 e 22 de março e 2 de abril.
Um balde de água fria em Silvio Almeida
Segundo a Folha, Silvio Almeida é o ministro de Lula que mais falou sobre o golpe militar em um ano e três meses de governo.
Em sua posse, o ministro dos Direitos Humanos afirmou que sua gestão iria honrar as pessoas que lutaram pela democracia.
“Isso significa não esquecer da luta daqueles que foram presos, torturados e mortos pelo autoritarismo do Estado brasileiro, seja no Império, na dita Velha República, que criminalizar todos os aspectos da nossa existência ou na Ditadura Militar, que ceifou os melhores anos dos verdadeiros patriotas que ousaram se levantar contra a covardia dos poderosos”, disse.
Ele também afirmou, às vésperas do aniversário de 59 anos do golpe de 1964, que era preciso contar a “história sombria” dos governos militares.
A relação entre o governo e as Forças Armadas
Como mostrou Crusoé, embora tenham sido fiéis à democracia no momento em que muitos pediram que apoiassem um golpe de Estado, as Forças Armadas abrigam oficiais que desejavam uma ruptura e não nutrem simpatia nenhuma por Lula e o PT.
Além disso, durante o governo Jair Bolsonaro, os militares tiveram seus interesses generosamente contemplados no Orçamento federal e ganharam milhares de cargos usualmente ocupados por civis na máquina pública.
Para entrar no jogo de Lula, os militares precisaram ser agraciados com verbas bilionárias e com a garantia de que não terão seus interesses questionados.
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