Na ONU, Lula reclama da falta de dinheiro para o meio ambiente
O petista discursou na sessão de abertura da Cúpula do Futuro, evento paralelo à Assembleia-Geral das Nações Unidas
O presidente Lula (foto) discursou neste domingo, 22, na sessão de abertura da Cúpula do Futuro, evento paralelo à Assembleia-Geral das Nações Unidas, e cobrou maior engajamento dos líderes globais em temas como meio ambiente.
Em seu breve discurso de 5 minutos, o petista afirmou que “faltam ambição e ousadia” no cenário atual. Disse ainda que a ONU precisa passar por uma “transformação” para resolver a questão da governança global.
Ele também criticou a falta de recursos dos países desenvolvidos para mitigar os efeitos do aquecimento global.
“Os níveis atuais de redução de emissões de gases do efeito estufa e financiamento climático são insuficientes para manter o planeta seguro.”
Lula ainda criticou o Conselho de Segurança e pediu mais representação do chamado “Sul global”.
“A crise da governança global requer transformações estruturais, a pandemia, os conflitos na Europa e no Oriente Médio, a corrida armamentista e a mudança do clima escancaram as limitações das instâncias multilaterais.”
O microfone de Lula foi desligado por causa do tempo cronometrado do discurso. O petista continuou sua fala até concluir o pronunciamento.
“Voltar atrás em nossos compromissos é colocar em xeque tudo o que construímos tão arduamente. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável foram o maior empreendimento diplomático dos últimos anos e caminham para se tornar nosso maior fracasso coletivo. No ritmo atual de implementação, apenas 17% das metas da Agenda 2030 serão atingidas dentro do prazo.”
Queimadas do amor
Reportagem de capa da nova edição de Crusoé, assinada por Duda Teixeira e Deborah Sena, mostra que as ações do governo Lula em relação ao meio ambiente nesse terceiro mandato ficaram muito aquém das expectativas alimentadas há dois anos.
Os brasileiros reaprenderam uma lição com as fumaças das queimadas que tomaram quase todo o território nacional nos últimos dias. O país não está preparado para enfrentar as mudanças climáticas e, quando elas se materializam, seja em enchentes no Rio Grande do Sul ou em incêndios no Centro-Oeste, Norte e no Sudeste, a população fica totalmente desprotegida, sujeita a um governo que não sabe o que fazer, toma medidas apressadas e, pior de tudo, tenta se aproveitar da situação para fins políticos.
Quando Lula começava sua campanha para a Presidência, os petistas criticavam o “negacionismo climático” do então presidente Jair Bolsonaro, visto como o grande promotor do desmatamento na Amazônia.
Em 2021, mais de 30 músicos e compositores divulgaram a “Canção pra Amazônia”. Seu autor cunhou a palavra “bioecoetnogenomatrisuicídio” para definir o que estava acontecendo no país. “Focos de fogo nos sufocam: fauna, flora e até a alma”, dizia a letra. Eleito no ano seguinte, Lula nomeou Marina Silva para comandar o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, que teve até o seu nome ampliado. ONGs internacionais aplaudiram a escolha de Marina.
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