Na CPI do MST, Gonçalves Dias cala sobre o golpe de 1964
Questionado pelo relator da CPI do MST sobre o golpe militar de 1964, o general Gonçalves Dias calou. “Eu não gostaria de entrar nessa seara”, disse o ex-ministro-chefe do Gabinete de...
Questionado pelo relator da CPI do MST sobre o golpe militar de 1964, o general Gonçalves Dias calou. “Eu não gostaria de entrar nessa seara”, disse o ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República em resposta ao deputado Ricardo Salles (PL-SP).
O questionamento de Salles, sobre se a ação dos militares em 1964 foi algo positivo ou negativo para o Brasil, tumultuou a CPI. Os deputados governistas argumentaram que a pergunta não era pertinente. O relator se justificou: “Essas ações que nós vemos hoje do MST se aliam muito ao que se quis combater em [19]64”. Para Salles, seria importante saber se Dias se alinha hoje àqueles que, segundo o deputado, os militares se opuseram na década de 1960.
“Deputado, isto não é objeto da investigação desta comissão”, respondeu Dias num segundo momento, após Salles refazer a pergunta. “Minha Força, o Exército brasileiro, ele pauta sua conduta em cima da hierarquia, em cima da disciplina e da cadeia de comando, amalgamada pelos valores éticos e morais, pensando num pais maior e num país que tenha equidade e espaço para todos”, concluiu o general, para os aplausos dos governistas.
Salles retrucou uma última vez: “É a primeira vez que um militar, sobretudo um general de três estrelas, não defende a importante ação de 1964”.
O general, que prestou depoimento recentemente à CPMI do 8 de janeiro e à CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do DF, foi convocado para falar sobre o monitoramento das invasões de terra que se espalharam pelo país nos primeiros meses deste ano. Durante a oitiva, deputados de oposição comeram melancia, em provocação ao general.
Também na audiência desta terça-feira (1º), os membros da CPI convocaram o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, na maior derrota imposta ao governo Lua até então na comissão. Aumentou ainda a pressão pela convocação do ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira. Ele tinha prometido diálogo com os movimentos sem-terra, mas novas invasões o puseram na linha de tiro da comissão.
“Eu não gostaria de entrar nessa seara”, diz o general Gonçalves Dias em resposta a questão sobre o golpe de 1964 feita pelo relator da CPI do MST, @rsallesmma. pic.twitter.com/IsQSHZNK1Z
— O Antagonista (@o_antagonista) August 1, 2023
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