Na contramão do PT, partido de Alckmin chama Maduro de ‘ditador’
PSB aprovou de forma unânime uma decisão de condenar "as violações dos direitos humanos e democráticos perpetradas pelo regime chavista"
O PSB, partido do vice-presidente Geraldo Alckmin, criticou nesta terça-feira, 30, a farsa eleitoral da Venezuela e que de um novo mandato para o ditador Nicolás Maduro. A sinalização vai na contramão do PT, partido do presidente Lula, que endossou o resultado do pleito venezuelano, mesmo diante das denúncias de fraude no processo de apuração.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, o órgão eleitoral ligado ao governo, apontou a vitória de Maduro por 51,2% dos votos. O oposicionista Edmundo Gonzalez teria ficado em segundo lugar.
O presidente do PSB, Carlos Siqueira, afirmou que o Diretório Nacional da sigla aprovou de forma unânime uma decisão de condenar “as violações dos direitos humanos e democráticos perpetradas pelo regime chavista”. “Consideramos esse regime uma ditadura e, como tal, sabíamos que ele não realizaria uma eleição livre, transparente e democrática”, afirmou Siqueira.
Além da oposição ao regime de Maduro, o resultado foi questionado por diversos países da América do Sul, como Chile, Argentina e Uruguai. A falta de divulgação das atas tem sido um dos principais pontos de desconfiança em relação ao resultado das eleições.
As atas são boletins que registram os votos em cada urna e que não foram devidamente apresentadas pelas autoridades venezuelanas.
PT endossa farsa eleitoral de Maduro
Apesar disso, a Executiva Nacional do PT divulgou uma nota na noite de segunda-feira, 29, para saudar o povo venezuelano “pelo processo eleitoral ocorrido no domingo, dia 28 de julho de 2024, em uma jornada pacífica, democrática e soberana”.
O partido se antecipou, assim, ao próprio governo Lula, que ainda aguada esclarecimentos que embasem a proclamação da vitória de Maduro.
Enquanto o PT celebra a “vitória” de Maduro, a oposição reivindicou a maioria dos votos na eleição presidencial. Os opositores afirmam ter em mãos 70% dos boletins de voto, que atestariam a vitória de Edmundo González Urrutia com mais do que o dobro dos votos de Maduro.
Maria Corina Machado, líder da oposição, declarou que todas as atas disponíveis foram verificadas e digitalizadas para publicação online, para permitir que todos possam ver as provas da derrota de Maduro nas urnas.
Esse anúncio ajudou a fomentar protestos em todo o país, com manifestações intensas em Caracas que foram dispersados pela polícia. Em cidades como Puerto La Cruz e Coro, estátuas de Hugo Chávez foram derrubadas.
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