Na cadeia, Ronnie Lessa fez curso de Agropecuária e quer ser fazendeiro
Detido desde 2019, o miliciano tenta adaptar-se à rotina prisional enquanto planeja sua vida pós cadeia.
Em um cenário que mistura política, crime e dramáticas reviravoltas, Ronnie Lessa, a figura central no assassinato da vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes, ocupa hoje uma cela no interior de São Paulo.
Com uma história marcada por conexões com grupos milicianos e planos controversos para o futuro, Lessa se mantém em destaque nas manchetes nacionais.
Detido desde 2019, posteriormente à execução que chocou o Brasil em março de 2018, o miliciano tenta adaptar-se à rotina prisional enquanto planeja sua vida pós-cadeia.
Seu nome é frequentemente associado ao Escritório do Crime, sobrenome dado à milícia que opera na zona oeste do Rio de Janeiro, embora ele enfrente agora uma realidade bem distante dos esquemas criminosos de outrora.
Ronnie Lessa planeja o futuro
Ronnie Lessa, agora com 53 anos, já expressou o desejo de se tornar fazendeiro ao sair da prisão.
Esse interesse surgiu já na cadeia, onde realizou um curso de agropecuária à distância certificado em outubro de 2022 após 450 horas de estudos.
O curso não é sua única formação; Lessa também explorou o aprendizado de espanhol, além de mecânica e administração.
Percurso de Ronnie Lessa até a delação premiada
Durante sua estadia em prisões federais, consideradas de máxima segurança e destinadas a lideranças criminais de alto risco, Ronnie Lessa decidiu colaborar com a justiça.
Em 2023, ele aceitou um acordo de delação premiada com a Polícia Federal, sendo a colaboração a chance de reduzir sua pena. Em troca, Lessa confessou detalhes do planejamento do crime contra Marielle e indicou possíveis mandantes.
Consequências da delação
Com a delação formalizada e aceita pelo Supremo Tribunal Federal, foram apontados nomes significativos como os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, figuras políticas no Rio de Janeiro, que negam qualquer envolvimento no caso.
A narrativa de Lessa adicionou camadas complexas às investigações, sugerindo que a motivação do crime poderia estar ligada a esquemas milionários de loteamentos ilegais, onde Marielle Franco atuava como um obstáculo.
Transladado para a Penitenciária 1 de Tremembé em junho de 2024, próxima da sua família, Ronnie Lessa enfrenta uma nova realidade.
Este novo ambiente é menos rigoroso comparado ao sistema federal, mas não menos polêmico, dado que Tremembé abriga presos condenados por crimes de grande notoriedade.
A mudança foi controversa, com autoridades locais e entidades prisionais expressando resistência à decisão devido à notória reputação de Lessa.
Enquanto enfrenta suas décadas de prisão, Lessa parece investir em uma imagem de reeducando, ainda que sua trajetória e os crimes associados a ele continuem a provocar debates intensos sobre justiça, redenção e as complexas tramas do crime organizado no Brasil.
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