Na Bahia, recursos do MDR foram negociados por deputados
Os documentos obtidos por O Antagonista com o detalhamento dos recursos extras distribuídos pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) no fim do ano passado mostram que parlamentares da Bahia conseguiram destinar R$ 235,5 milhões para o estado...
Os documentos obtidos por O Antagonista com o detalhamento dos recursos extras distribuídos pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) no fim do ano passado mostram que parlamentares da Bahia conseguiram destinar R$ 235,5 milhões para o estado.
Na bancada baiana no Senado, todos os parlamentares fazem parte da oposição ao governo de Jair Bolsonaro: Jaques Wagner (PT), Angelo Coronel (PSD) e Otto Alencar (PSD). Os social-democratas, aliás, negaram à nossa reportagem que tenham alocado os recursos do MDR no apagar das luzes de 2019.
“Eu nunca fui ao gabinete dele [Gustavo Canuto] em toda a minha história. Nem no dele, nem no de Dilma, de Michel Temer (…). Se foi R$ 235 milhões, foi pouco. Bahia merecia R$ 1 bilhão ou R$ 2 bilhões. Não sei [quem conseguiu]. Eu não sou governo, sou oposição ao governo”, disse Otto Alencar, que é líder do PSD, a O Antagonista.
No caso da Bahia, foram deputados que negociaram com o então ministro Gustavo Canuto a distribuição do dinheiro extra. Os parlamentares mais influentes são Arthur Maia (DEM), Elmar Nascimento (DEM) e Claudio Cajado (PP). O último é líder do governo na Comissão Mista de Orçamento, por onde passam os PLNs — pedidos do governo por créditos suplementares.
A maior fatia dos recursos do MDR para a Bahia foi entregue à Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). Ao todo, R$ 105,3 milhões foram empenhados para o órgão, que fará seus próprios contratos com municípios baianos para a realização de obras.
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