Mulher que pichou estátua do STF vira ré por unanimidade
Débora Rodrigues dos Santos é acusada de ter pichado a frase “Perdeu, Mané” na estátua da “A Justiça”, que fica em frente ao prédio da Corte
Por unanimidade, os ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) votaram para receber a denúncia contra Débora Rodrigues dos Santos, acusada de ter pichado a frase “Perdeu, Mané”, na estátua da “A Justiça”, que fica em frente ao prédio da Corte. O caso aconteceu durante os ataques do 8 de janeiro.
São imputados contra Débora os crimes de associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, com emprego de substância inflamável, contra o patrimônio da União e com considerável prejuízo para a vítima, além de deterioração de patrimônio tombado.
“A denunciada, conforme narrado na denúncia, não só participou das manifestações antidemocráticas como também foi a responsável pelo vandalismo da estátua “A Justiça”, localizada em frente à entrada principal do Supremo Tribunal Federal”, afirmou o ministro Alexandre de Moraes.
O julgamento no plenário virtual terminou na sexta-feira, 9 de agosto.
Frase de Barroso
A denunciada foi presa pela Polícia Federal cerca de dois meses depois dos atos de vandalismo. A frase escrita por Débora Rodrigues na estátua faz referência à resposta do ministro do STF Luís Roberto Barroso a bolsonaristas que o hostilizaram durante uma viagem aos Estados Unidos, em 15 de novembro de 2022.
Na ocasião, Barroso caminhava em Nova York quando um homem perguntou se ele responderia às Forças Armadas e se deixaria “o código-fonte [das urnas] ser exposto”. O manifestante disse: “O Brasil precisa de resposta, ministro”. O magistrado então rebateu: “Perdeu, mané, não amola”.
Durante a fase do inquérito, a defesa de Rodrigues afirmou que “todos os prazos foram extrapolados sem qualquer justificativa plausível” e que a prisão, de mais de 480 dias, “ultrapassa o princípio da razoabilidade”.
Desde setembro, o Supremo condenou ao menos 226 pessoas envolvidas nos atos extremistas e absolveu apenas uma. As penas variam entre 12 e 17 anos de prisão. Ao todo, a Corte recebeu 1.345 denúncias. Desse total, 1.113 foram suspensas para que a PGR avalie se vai propor acordos que evitem a condenação.
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