MPF SOBRE PANAMERICANO: “AQUISIÇÃO CRIMINOSA DE UM BANCO FALIDO”
A Polícia Federal concluiu há pouco todas as diligências da Operação Conclave, terceira fase da Greenfield que investiga o investimento ilegal da Caixa no banco PanAmericano.Na petição, obtida por O Antagonista, MPF e PF afirmam que "a transação trouxe benefícios somente para o antigo grupo empresarial controlador e apenas prejuízos para a Caixa Econômica Federal"...
A Polícia Federal concluiu há pouco todas as diligências da Operação Conclave, terceira fase da Greenfield que investiga o investimento ilegal da Caixa no banco PanAmericano.
Na petição, obtida por O Antagonista, MPF e PF afirmam que “a transação trouxe benefícios somente para o antigo grupo empresarial controlador e apenas prejuízos para a Caixa Econômica Federal”.
Os investigadores listaram uma série de indícios de que a aquisição de 35,5% do capital social do Panamericano pela CaixaPar foi lesiva ao Erário.
Diz o MPF:
Um dos mais importantes é o fato de que, poucos meses após o fechamento do negócio, foi constatado que o Banco Panamericano possuía um rombo financeiro e patrimônio real negativo. Tratando-se aqui, em linguagem simples e direta, de uma aquisição criminosa de um banco falido por um banco público. Os quase R$ 740 milhões investidos foram absorvidos pelos prejuízos que a instituição financeira acumulava naquele momento.
As inconsistências contábeis, conforme apurou o próprio Banco Central, tiveram entre as causas o fato de o banco manter no registro de seus ativos um grande volume de carteiras de crédito que já haviam sido vendidas a outras instituições financeiras. Com essa medida ilegal, uma espécie de maquiagem financeira, o Panamericano conseguia inflar os resultados quando, na realidade, já se encontrava em situação de insolvência financeira.
Por conta dessa diferença, em novembro de 2010, o Grupo Silvio Santos aportou no banco R$ 2,5 bilhões, por meio do Fundo Garantido de Crédito. Dois meses mais tarde, em uma operação similar mais R$ 1,3 bilhão foram injetados no Banco. Questionado sobre o fato, o Banco Central afirma ter tomado conhecimento da situação financeira do banco, apenas dois meses após a aprovação prévia da compra. Para o MPF, no entanto, esta não é a realidade. Técnicos da instituição teriam começado a desconfiar das inconsistências contábeis em maio de 2010, ou seja, antes da primeira análise da diretoria do BC.
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