MPF pode investigar Sérgio Camargo por declarações sobre morte de congolês
A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão pediu que a Procuradoria da República no Distrito Federal investigue declarações do presidente da Fundação Cultural Palmares, Sérgio Camargo (foto), a respeito do assassinato do congolês Moïse Kabamgale...
A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão pediu que a Procuradoria da República no Distrito Federal investigue declarações do presidente da Fundação Cultural Palmares, Sérgio Camargo (foto), a respeito do assassinato do congolês Moïse Kabamgale.
Camargo, em suas redes sociais, fez declarações sobre o congolês Moïse Mugenyi Kabamgabe, espancado até a morte em um quiosque no Rio de Janeiro no dia 24 do mês passado.
“Moïse andava e negociava com pessoas que não prestam. Em tese, foi um vagabundo morto por vagabundos mais fortes. A cor da pele nada teve a ver com o brutal assassinato. Foram determinantes o modo de vida indigno e o contexto de selvageria no qual vivia e transitava”, escreveu Camargo.
Em outra publicação, ele afirmou não haver “a menor possibilidade” de a fundação homenagear o congolês. “Ele foi vítima de crime brutal, mas não fez nada relevante no campo da cultura. A Palmares lamenta e repudia a violência, mas não endossa as narrativas canalhas e hipócritas da esquerda”.
No documento, o procurador federal da República, Carlos Alberto Vilhena, afirmou que a posição de Camargo é contrária às finalidades específicas previstas na lei que criou a entidade.
“Entre os propósitos da Fundação Cultural Palmares, está a promoção da preservação dos valores culturais, sociais e econômicos decorrentes da influência negra na formação da sociedade brasileira”, disse.
Para o procurador, “os discursos odiosos e ressentidos fazem parecer que a última intenção de Camargo seja concretizar os objetivos legalmente impostos à entidade”.
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