MP “nunca adotou providências” para investigar ameaças aos ministros, diz Gilmar
Embora critique o inquérito das fake news por não participar dele, o Ministério Público “nunca adotou as providências cabíveis” para investigar atos contra os ministros, reclamou hoje Gilmar Mendes...
Embora critique o inquérito das fake news por não participar dele, o Ministério Público “nunca adotou as providências cabíveis” para investigar atos contra os ministros, reclamou Gilmar Mendes.
Durante seu voto a favor das investigações tocadas diretamente pelo STF, Gilmar fez uma coleção de ofícios enviados ao MP e à Polícia Federal denunciando ataques ao tribunal, mas que nunca se transformaram em investigações.
Por exemplo, “ocorrência em frente à residência do ministro Lewandowski”, quando manifestantes tacaram fogo em bonecos representando os ministros do STF e jogaram ovos na casa do ministro. Foi enviado um ofício à Polícia Federal, que nunca adotou as providências, disse Gilmar.
Ele citou também o caso de quando foi interpelado em Lisboa e pediu que a PF averiguasse. “A PF se limitou a dizer que estava em fase final de apurações e não retornou mais”, disse.
Gilmar lembrou ainda da ameaça de instalação de bomba no Supremo, em dezembro de 2019. O ministro Dias Toffoli pediu a abertura de inquérito, mas não há “informação sobre o número e sem informações posteriores quanto ao andamento do inquérito”.
Ele também reclamou do vazamento do áudio da conversa entre Joesley Batista, da JBS, e o advogado Ricardo Saud. Na ocasião, o ex-PGR Rodrigo Janot disse que havia o envolvimento de ministros do Supremo, o que era mentira e foi considerado pela ministra Cármen Lúcia “uma inédita agressão à dignidade do Supremo Tribunal Federal”. “Não sei se houve conclusão desse inquérito”, disse Gilmar.
“Diversas manifestações de agentes públicos e particulares em atos antidemocráticos não foram objeto da devida atenção por parte da PGR até a instauração do inquérito pelo tribunal. As próprias ameaças à vida e a integridade dos membros do tribunal não foram investigadas pelo parquet”, afirmou Gilmar.
Mais cedo, dissemos que o STF dava a impressão de que não confiava na PF e no MP. Pelo jeito, não confia mesmo.
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