Mourão, sobre queimadas: “Gestão de crise no Executivo é incompetente e omissa”
Em artigo encaminhado a O Antagonista, senador criticou conduta do governo federal em relação à atual crise climática
Em artigo encaminhado com exclusividade a O Antagonista, o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) critica a gestão da crise climática por parte do governo federal. Para o ex-vice-presidente da República, o Poder Executivo tem sido omisso ao lidar com as queimadas.
Leia na íntegra o artigo de Mourão:
Por que o Brasil queima?
Nas últimas semanas, em todas as regiões do País, os brasileiros estão convivendo com uma nova e lamentável realidade. Os eventos climáticos extremos fazem com que a paisagem diária seja caracterizada por um céu encoberto de fumaça, com fuligem tóxica que se acumula pelas ruas e um ar pesado, poluído, pleno de resíduos sólidos e com um odor insalubre.
A triste realidade de nossa tragédia ambiental doméstica é que hoje os incêndios não cessam, a aridez atinge quase todos os estados brasileiros, o racionamento de água é uma realidade, a perda das lavouras aumenta a cada dia e a destruição dos biomas segue sem nenhum freio, face ao torpor estupefato do governo de turno.
Não se pode, portanto, mais esperar! É fato inquestionável que o planeta vive uma fase em que os efeitos das mudanças climáticas têm sido sentidos de forma cada vez mais aguda em seus extremos. Hoje, vemos, sentimos e assistimos a enchentes e secas de uma intensidade tamanha que, em verdade, nos assustam.
Por oportuno, faço questão de relembrar que, no governo anterior, tão constantemente bombardeado pelas pseudocelebridades do ambientalismo, não se viu quadro tão agudo e tampouco omissão. Como registro, destaco que várias medidas efetivas foram adotadas, inclusive no âmbito do Conselho Nacional da Amazônia Legal, hoje desativado. À época foram desencadeadas três grandes operações conjuntas de combate aos ilícitos ambientais, com a atuação coordenada das polícias, Forças Armadas e órgãos como o IBAMA e o ICMBIO.
O aumento descontrolado das queimadas, cruel realidade que afeta todos os brasileiros atualmente, mostra que a gestão de crise no Executivo é incompetente e omissa. Vemos descoordenação nas ações ministeriais e organismos ambientais em greve, colapsados nas atividades operacionais em função do verdadeiro apagão na estrutura que deveria atuar na gestão das políticas ambientais.
Falemos, agora, de gestores e inação. Ora, no atual governo, o primeiro nome a comandar a pasta da Justiça e da Segurança Pública, hoje ministro do STF, não mostrou a que veio e pouco se empenhou para atuar contra esse estado de coisas, que, desde 2023, já evidenciava indícios fortíssimos do incremento da crise ambiental e das queimadas; mas hoje, no atual cargo, mostrasse o paladino das soluções estapafúrdias. O titular da mencionada pasta, antigo ministro do STF, e a Ministra do Meio Ambiente assistem apáticos ao caos instalado, revestidos de uma letargia mórbida característica de um governo de muito discurso e pouca ação.
Por derradeiro alerto para o perigo da acefalia em nossa política ambiental. Os problemas são urgentes, a fumaça está aqui, estamos respirando e ela está afetando a saúde da população. Enquanto isso, o governo, que se mostra totalmente despreparado para enfrentar a situação, é o único que realmente dispõem das ferramentas para fazê-lo. Senhor Presidente, mãos à obra!
Hamilton Mourão – Senador da República
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