Motoristas de ônibus ameaçam greve em São Paulo
Os motoristas e cobradores de ônibus da cidade de São Paulo estão programando uma greve para esta sexta-feira, 1º, como forma de protesto contra...
Os motoristas e cobradores de ônibus da cidade de São Paulo estão programando uma greve para esta sexta-feira, 1º, como forma de protesto contra o cancelamento do resultado das eleições do SindMotoristas (sindicato dos motoristas e trabalhadores dos ônibus de São Paulo) pela Justiça.
A paralisação tem como objetivo reivindicar o respeito ao estatuto da entidade e à Constituição Federal, uma vez que a suspensão do resultado das eleições foi considerada uma violação a essas leis.
O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) agendou e cancelou duas audiências de conciliação referentes ao processo que trata da suspensão das eleições, conforme relatado pelo sindicato.
O cancelamento ocorreu após um pedido apresentado por uma das chapas concorrentes, o Grupo Oposição e Luta, que é contrário à atual direção do sindicato. Após a apuração dos votos, a chapa 4 – Resgate Raiz, representante da atual diretoria do sindicato, foi declarada vencedora com cerca de 14 mil dos 20 mil votos.
Durante o processo eleitoral, três das quatro chapas envolvidas solicitaram o adiamento da votação por três meses, além da substituição das cédulas de papel por urnas eletrônicas. Por outro lado, a chapa 4 destacou que o estatuto prevê que as eleições sejam realizadas com cédulas impressas.
Segundo a Folha de S. Paulo, embora o adiamento tenha sido aprovado em uma reunião da categoria, uma decisão da Justiça do Trabalho anulou a assembleia e manteve a eleição. Diante dessa situação, uma das chapas solicitou uma liminar para suspender a votação.
O cancelamento da eleição foi confirmado em segunda instância pelo tribunal, que impôs uma multa de R$ 50 mil para cada membro da comissão eleitoral e para o candidato que liderava a chapa 4, Edivaldo Santiago da Silv.
O sindicato argumenta que a autonomia sindical não está sendo respeitada, justificando assim a greve marcada para esta sexta-feira. Além do fechamento de terminais durante as eleições, o processo foi marcado por um ataque a tiros, roubo de urnas e forte aparato policial durante a apuração.
As eleições do SindMotoristas têm sido tumultuadas nos últimos anos. Em 2013, no primeiro pleito em que Valdevan Noventa foi eleito, houve um tiroteio que deixou oito pessoas feridas em frente à sede do sindicato. O episódio ocorreu após uma paralisação de ônibus no mesmo dia.
Em 2018, a contagem de votos ocorreu dentro do 11º Batalhão da PM, localizado a um quarteirão de distância da sede do sindicato. Naquela ocasião, Valdevan Noventa também foi eleito como líder sindical.
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