Moro rebate Lula: “Quer levantar nuvem de fumaça”
Em entrevista, o petista questionou se Campos Neto iria assumir um compromisso com o governo do bolsonarista Tarcísio de Freitas
O senador Sergio Moro (União-PR) chamou a comparação feita por Lula (PT) entre ele e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, de “nuvem de fumaça” para encobrir a incompetência de seu governo na área econômica.
Segundo o ex-juiz da Lava Jato, utilizou a mesma técnica contra ele quando queria esconder a corrupção de seus governos e da Petrobras.
“Lula, ao atacar sem razão o Bacen e Campos Neto, quer levantar nuvem de fumaça sobre a incompetência de seu governo na economia. É a mesma técnica que usou contra mim: quando me atacava queria esconder a corrupção de seus governos e da Petrobras. Há método na mentira lulista”, escreveu Moro no X, antigo Twitter.
Lula volta a pressionar Campos Neto
Lula acusou Roberto Campos Neto, que deixará o Banco Central no final do ano, de lançar candidatura a um cargo no governo de São Paulo durante cerimônia na qual foi homenageado na Assembleia Legislativa do estado na segunda, 10.
Em entrevista nesta terça-feira, 18, o petista questionou se o presidente da autoridade monetária iria repetir Moro, que deixou a 13ª Vara Federal de Curitiba para assumir o Ministério da Justiça e Segurança Pública no governo Bolsonaro.
“Então, quando ele se autolança (sic) a um cargo. Nós vamos repetir o Moro? O presidente do Banco Central está disposto a repetir o mesmo papel que o Moro fez? O paladino da Justiça, com rabo preso a compromissos políticos”, afirmou.
“A quem esse rapaz é submetido? Como é que ele vai a uma festa em São Paulo, quase que assumindo a candidatura a um cargo no governo de São Paulo?”, acrescentou.
Nada é por acaso
A pressão de Lula sobre Roberto Campos Neto ocorre no dia em que o Comitê de Polícia Monetária (Copom) do Banco Central inicia o debate sobre o fim da redução da taxa básica de juros do Brasil.
Após sete cortes consecutivos, a manutenção dos juros em 10,50% ao ano é dada como certa pelo mercado financeiro.
Na reunião passada, os membros do Comitê decidiram pela redução no ritmo de cortes de 0,50 ponto percentual para 0,25 ponto percentual, citando incertezas nos cenários econômicos externo e interno. A votação foi dividida, com o grupo de diretores indicados por Lula defendendo a manutenção do ritmo de cortes em 0,50 ponto percentual. O dissenso fez com que parte dos investidores passassem a temer uma composição mais leniente com a inflação para o Banco Central a partir do fim do ano, quando o petista terá indicado todos os membros da autoridade monetária.
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