Moro: “Mulheres e creches”
Sergio Moro enviou o seguinte artigo para o nosso site: No Dia Internacional da Mulher, minha principal reflexão recai no drama daquelas mulheres que, embora dispostas a trabalhar, não o podem fazer, pois precisam cuidar de seus filhos em casa...
Sergio Moro enviou o seguinte artigo para o nosso site:
No Dia Internacional da Mulher, minha principal reflexão recai no drama daquelas mulheres que, embora dispostas a trabalhar, não o podem fazer, pois precisam cuidar de seus filhos em casa. Os estudos mostram que famílias nessa situação são mais pobres.
A solução para esse problema, social e econômico, está na construção de creches, destinadas a receber e educar as crianças na sua primeira idade. Creches são instrumentos de inclusão social, pois permitem elevar a renda das famílias.
Creches não podem ser depósitos de crianças, como lamentavelmente se encontra na realidade de certos locais. Precisamos fazer do cuidado com a primeira infância a mais importante política social do Brasil.
As creches socializam as crianças, desenvolvendo habilidades cognitivas e não-cognitivas, essenciais pera quebrar o ciclo de pobreza. Reafirmo: a educação básica é o componente fundamental na equação do desenvolvimento do país.
Comprova-se que na primeira infância (0 – 6 anos) são formadas 90% das conexões cerebrais do indivíduo. Por isso essa fase é fundamental para o futuro do ser humano.
O Plano Nacional de Educação (PNE) prevê que, até 2024, pelo menos 50% das crianças até 3 anos tenham uma vaga assegurada em creche. Mas segundo o relatório oficial, apenas 35,7% das crianças nessa idade frequentavam uma creche.
Estudos da Fundação Abrinq, indicam que é menor, de apenas 31%, o total de crianças entre 0 a 3 anos matriculadas em creches no Brasil. Considerando o total de 11,7 milhões de crianças nessa idade no país (IBGE, 2018), significa que as creches recebiam 3,6 milhões de crianças.
A Fundação Maria Cecília Souto Vidigal estima que 46,7% das crianças até 3 anos têm necessidade de frequentar uma creche. Ou porque suas famílias são pobres (23,3%), ou são filhos de mulheres que gostariam de trabalhar se pudessem (20,7%). Outros 2,7% são de famílias monoparentais.
Nessas condições, teriam que ser abertas novas 1,7 milhões de vagas em creches, o que levaria o atendimento total para 5,5 milhões de crianças brasileiras. Em parceria com estados e municípios, o governo federal pode comandar a ação.
O custo estimado desse acréscimo de unidades de creche estaria próximo de R$ 8,5 bilhões. Um investimento necessário e suportável frente aos benefícios para o desenvolvimento brasileiro.
Estamos aprofundando nossos estudos para verificar as fontes e as formas de concretizar essa meta. Investir em creches significa preparar o futuro do Brasil.
E fazer justiça com a mulheres do nosso país.
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