Moro diz que é oposição e cita PCC para justificar “cautela”
O senador Sergio Moro (União Brasil-PR; foto) reagiu às críticas sobre a sua postura em não declarar seu voto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado sobre a indicação...
O senador Sergio Moro (União Brasil-PR; foto) reagiu às críticas sobre a sua postura em não declarar seu voto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado sobre a indicação de Flávio Dino ao Supremo Tribunal Federal, na quarta-feira, 13 de novembro.
Moro se reafirmou como oposição ao governo Lula e citou o PCC, de quem foi alvo de plano de sequestro e assassinato, para justificar a conduta na CCJ.
“Aos meus eleitores e apoiadores, digo: não divulgar o voto na indicação de autoridades é uma prerrogativa do parlamentar. O intenso ataque que tenho sofrido do atual governo Lula, de parte do próprio PL paranaense, além das ameaças do PCC, fazem-me agir, nesse momento, com cautela e no exercício efetivo de uma prerrogativa que tenho, tudo de forma a preservar minha independência”, publicou Moro no X, rede social anteriormente conhecida como Twitter.
“Nada disso, porém, contradiz a minha lisura e as bandeiras que sempre defendi e continuarei defendendo no Senado. Nessa linha, hoje, com meu voto, derrotamos o Governo e restabelecemos a desoneração da folha de salários e o Marco Temporal, além de termos conseguido derrubar outros vetos de Lula. Sou oposição e seguirei lutando contra esse Governo. Outras vitórias virão e serão crescentes”, acrescentou.
Durante a sabatina, que encaminhou a aprovação de Dino ao Supremo Tribunal Federal (STF) e de Paulo Gonet à Procuradoria-Geral da República (PGR) no plenário na mesma quarta, a imprensa captou em imagem Moro conversando com seu assessor Rafael Travassos Magalhães, o “Mestrão“, pelo Whatsapp no celular.
É possível ler a troca de mensagens no celular. Magalhães aconselha Moro a não declarar voto a favor de Dino — a votação na CCJ, que é secreta, não é definitiva, mas serve de termômetro para o plenário. Na comissão, Dino teve 17 votos a favor e 10 contra; no plenário, o placar foi 47 a 31.
“Sergio, o coro está comendo aqui nas redes, mas fica frio que jaja [já já] passa, só não pode ter vídeo de você falando que votou a favor, se não isso vai ficar a vida inteira rodando”, disse Mestrão na mensagem recebida pelo senador. Ele completa: “Estou de plantão aqui, qualquer coisa só acionar”.
Moro respondeu: “Blz [Beleza]. Vou manter meu voto secreto, eh um instrumento de proteção contra retaliação”. O senador não declarou o voto e, apesar de reconhecer a conversa, se recusou a identificar Magalhães.
Independentemente da confirmação de Moro, o apelido do assessor é conhecido e se deve ao costume dele em chamar as outras pessoas de “mestre” ou “super-mestre”. Mestrão trabalha como auxiliar parlamentar de Sergio Moro desde agosto.
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