Moro critica decreto de Bolsonaro: “Economia foi submetida à política partidária”
Sergio Moro (foto) criticou há pouco a decisão de Jair Bolsonaro que retirou a autonomia do Ministério da Economia para dar mais poder a Ciro Nogueira, expoente do Centrão, sobre o Orçamento. Na semana passada, o presidente assinou um decreto que prevê a necessidade de a Casa Civil autorizar algumas decisões de Paulo Guedes...
Sergio Moro (foto) criticou há pouco a decisão de Jair Bolsonaro que retirou a autonomia do Ministério da Economia para dar mais poder a Ciro Nogueira, expoente do Centrão, sobre o Orçamento.
Na semana passada, o presidente assinou um decreto que prevê a necessidade de a Casa Civil, hoje comandada pelo ex-lulista e ex-dilmista Ciro, autorizar algumas decisões de Paulo Guedes.
Em entrevista à Jovem Pan, Moro disse que as alterações no teto de gastos fizeram com que a economia brasileira perdesse credibilidade.
“A economia do país não pode ser submetida à política partidária. O que a gente vê agora é que o teto de gastos perdeu a credibilidade. No momento em que você admite todas aquelas alterações, gambiarras, para acomodar interesses partidários, você fragiliza a segurança que as pessoas têm.”
Segundo o ex-juiz, o decreto de Bolsonaro sinaliza que o governo não trabalha em busca do crescimento econômico.
“Infelizmente, é o que está fazendo o governo atual quando transfere poderes do ministro da Economia para o ministro da Casa Civil, de Paulo Guedes para Ciro Nogueira. No nosso projeto, as pessoas vêm em primeiro lugar. Qualquer governo precisa trabalhar com a Economia voltada para o crescimento econômico. Isso significa que a Economia não vai estar direcionada para interesse político, seja do Ciro Nogueira ou de qualquer pessoa do Centrão.”
Moro ainda criticou a perda de controle sobre a inflação e, sem citar nominalmente Paulo Guedes, disse que o governo “falhou”.
“Infelizmente a gente tem o descontrole da inflação. Este governo acabou deixando a inflação sobre descontrole. Nós tivemos aí, no ano passado, mais de 10%. É como se a pessoa tivesse perdido 10% do seu salário. […] Infelizmente, essa situação, a dos combustíveis, dos servidores, é tudo resultante de uma má política econômica pelo governo federal. Não faço uma crítica pessoal a ninguém. É uma constatação objetiva. O governo falhou.”
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)