Moraes libera áudio de Bolsonaro em reunião gravada por Ramagem
Uma operação realizada semana passada resultou na prisão de agentes que trabalhavam diretamente para Ramagem
O ministro Alexandre de Moraes (foto), do Supremo Tribunal Federal (STF), tornou público, nesta segunda-feira, 15, o áudio “possivelmente gravado” pelo ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem (PL-RJ), de uma conversa com Jair Bolsonaro (PL) e o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, sobre o caso das “rachadinhas” envolvendo Flávio Bolsonaro.
Este diálogo foi mencionado em uma representação da Polícia Federal (PF), no âmbito da investigação sobre a chamada “Abin paralela” durante o governo Bolsonaro.
Documento liberado por Moraes
Na transcrição do áudio, Alexandre de Moraes ressalta que:
“Trata-se de Análise de Material Apreendido, realizada por determinado do Senhor Chefe da
Divisão de Operações de Inteligência Cibernética – DOIC, cujo objetivo é auxiliar na apuração dos fatos narrados no IPL nº 2023.0022161 — DOIC/CCINT/CGCINT/DIP/PF.
Importante destacar que referida análise é preliminar e não exaustiva, sendo plenamente
possível, em momento posterior, a descoberta de novos elementos relevantes a apuração do Inquérito Policial em tela.“
No começo do documento o ministro do STF explica a investigação sobre a áudio da reunião de Bolsonaro com Ramagem:
Referido evento trata da reunião, ocorrida em 25 de agosto de 2020, entre as advogadas LUCIANA PIRES e JULIANA BIERRENBACH, o então ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional — GSI, AUGUSTO HELENO, o então diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência — ABIN, ALEXANDRE RAMAGEM e o então Presidente da República, JAIR BOLSONARO, sobre investigação contra o sr. FLÁVIO BOLSONARO, filho do então Presidente da República.
Trata-se de uma investigação sobre supostas práticas ilegais durante o mandato de FLÁVIO BOLSONARO como Deputado Estadual pelo Estado do Rio de Janeiro. A investigação apura se o então deputado desviou parte dos salários de seus funcionários na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ), prática conhecida como “rachadinha”.
Início das investigações
Moraes explica também que as investigações tiveram início assim que movimentações financeiras atípicas na conta de Fabrício Queiroz se tornaram suspeitas:
“Essa investigação teve início em 2018, quando surgiram suspeitas de movimentações financeiras atípicas na conta de seu ex-assessor, Fabrício Queiroz. Queiroz foi preso em junho de 2020 em um sítio em Atibaia, São Paulo, na Operação Anjo, um desdobramento da referida investigação.
O item 4.2.4 do Relatório de Análise de Material Apreendido nº 2054984/2024 —
DOIC/CCINT/CGCINT/DIP/PF (páginas 30 a 35) tratou da possível utilização de estrutura da ABIN para a produção de provas em favor do sr. FLÁVIO BOLSONARO, filho do então Presidente da República, no âmbito da investigação sobre o caso das “rachadinhas”.
Verificou-se que, em 20 de novembro de 2020, MARCELO ARAUJO BORMEVET solicitou de GIANCARLO GOMES RODRIGUES que realizasse levantamentos sobre três auditores da Receita Federal do Brasil, vinculados ao Relatório de Inteligência Financeira — RIF que deu origem a referida investigação. BORMEVET solicita que seja verificada a existência de “Poderes e relações politicas”, “Só isto.”, “Joga num Word somente”. Diz também para que GIANCARLO veja rede social de cônjuges e que este tem até às 14:00 horas para concluir a demanda.“
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