Moraes cobra explicação sobre visita de familiares a militares presos
Ministro estabeleceu prazo de 48 horas para Exército explicar por que militares estão recebendo visitas diárias
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu explicações ao Exército sobre a visita de familiares e advogados a militares presos no âmbito do inquérito sobre tentativa de golpe de Estado.
Moraes cobrou explicações no dia 24 de dezembro, véspera do Natal, após o Exército enviar ao STF a lista de visitas recebidas pelos oficiais que estão presos no Comando Militar do Planalto, em Brasília. O ministro estipulou ainda o prazo de 48 horas para a resposta.
“Oficie-se ao Comandante da 1ª Divisão de Exército, General Eduardo Tavares Martins, ao Comandante do Comando Militar do Planalto, General de Divisão Ricardo Piai Carmona, e ao Comandante Militar do Leste, General de Exército Kleber Nunes de Vasconcellos para, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, esclarecerem o desrespeito ao regulamento de visitas, com a autorização para visitas diárias. Ciência à Procuradoria-Geral da República”, disse o ministro.
A ordem do ministro também foi encaminhada ao Comando Militar do Leste, no Rio, onde o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil de Jair Bolsonaro (PL), está preso desde o dia 14 de dezembro.
A documentação aponta que o general da reserva, Mario Fernandes, e os tenentes-coronéis Rodrigo Bezerra Azevedo e Helio Ferreira estão recebendo visitas diariamente.
De acordo com o regulamento do Comando Militar do Planalto, as visitas ocorrem às terças-feiras, quintas e aos domingos.
Prisão de Braga Netto
O ex-ministro de Bolsonaro está na lista dos militares que teriam recebido visitas de membros de sua família.
Em 14 de dezembro, Braga Netto foi preso preventivamente. Segundo Moraes, militar tentou obter informações sigilosas relacionadas ao acordo de delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.
De acordo com Moraes, a Polícia Federal apresentou provas de que o pai de Cid, Mauro Lorena Cid, entrou em contato com Braga Netto três dias depois da homologação do acordo de delação. Durante a conversa, o pai de Cid afirmou que “é tudo mentira” sobre o acordo.
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