“Monumental vexame”, diz Gilmar Mendes sobre depredação
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes definiu como “monumental vexame” a depredação das sedes dos três poderes neste domingo (8), em Brasília. “Os atos de barbárie aos quais acabamos de assistir mancharam...
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes definiu como “monumental vexame” a depredação das sedes dos três poderes neste domingo (8), em Brasília. “Os atos de barbárie aos quais acabamos de assistir mancharam nossa história e nos envergonham perante a comunidade internacional de nações”, disse Mendes em nota.
“Obviamente, a execução desse plano criminoso de depor o governo constituído, de abolir, mediante violência, o Estado Democrático de Direito, não nasceu por abiogênese. É uma comunhão de esforços criminosos: alguns executaram, outros tantos financiaram, planejaram, estimularam. Se uns atuaram, muitos outros ajudaram pela omissão”, analisa o ministro.
Em sua nota, Mendes lembra a desordem ocasionada pela prisão de Serere Xavante, no início de dezembro, e a tentativa de atentado num dos acessos ao aeroporto em Brasília. “Até que, agora, e como desenvolvimento consequente, prédios históricos de nossa República foram destroçados”, completa.
“Nossas instituições, todavia, não morreram”, destaca o ministro. “Quem morre várias vezes em vida é apenas o covarde, nos recorda o Bardo. Sim, aqueles omissos que hoje estão com as mãos sujas. Morreram moralmente. Párias que são, apequenaram-se por motivos mais irrelevantes que suas respectivas insignificâncias”.
Mendes finaliza com uma citação mitológica. “Mas há esperança para todos, até para tais prevaricadores. Terão destino semelhante ao de Heróstrato: obcecado para entrar na história, ateou fogo ao templo de Ártemis para ser para sempre lembrado pelos gregos. Será pela infâmia que omissos serão lembrados: por não combater o golpismo, a lei e o processo penal tratarão de eternizar seus nomes – no rol dos culpados.”
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