Ministra da Cultura entra na polêmica sobre Claudia Leitte
Provocada por Daniela Mercury durante apresentação em Salvador, Margareth Menezes disse que "é muito digno que a gente respeite as religiões de matriz africana"
A ministra da Cultura, Margareth Menezes (¡à direita na foto), entrou de forma sutil na polêmica protagonizada pela cantora Claudia Leitte, que está sendo investigada pelo Ministério Público da Bahia por supostamente ter cometido racismo religioso.
Margareth se apresentou na noite de quarta-feira, 1º, no festival Pôr do Som, promovido há 25 anos por Daniela Mercury (à esquerda na foto) em Salvador. Sem mencionar Leitte, as duas defenderam respeito às religiões de matriz africana.
“Se o candomblé sofre preconceito, é porque o preto sempre sofreu preconceito. Isso é uma consequência do racismo” Então, que a gente afirme toda a importância das religiões de matriz africana, porque sempre foram perseguidas, e são extraordinárias. E nossa cultura nasceu delas”, disse, Daniela, passando a palavra para a ministra da Cultura de Lula.
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“História não é narrativa“
“É importante a gente buscar na história. Agora, a história real, história não é narrativa. É a realidade dessa história, desse povo afro-brasileiro, dessa cultura, tantas perseguições que já houveram (sic), desde o tempo da escravidão”, discursou Margareth.
“Está na hora de a gente pensar melhor e se comportar melhor em relação aos direitos dos povos afro-brasileiros, da sua religião, da sua maneira de fazer, de se vestir, de comer, porque colabora demais com a criação e com esse Brasil imenso”, seguiu a ministra, durante um intervalo entre as músicas que cantava com Daniela.
“Então, a gente tem que buscar saber como é que começa essa história, que não começa na hora [em] que chegou aqui escravizados, como foi invadida a África, como as pessoas foram trazidas para cá, quanto tempo ficou sem direito a nada. É muito digno que a gente respeite as religiões de matriz africana”, finalizou a ministra.
Inquérito
O MP da Bahia investiga uma alteração na letra de “Caranguejo”, na qual Leitte excluiu uma referência a Iemanjá, figura central nas religiões de matriz africana.
Em vez de entoar a frase “saudando a rainha Iemanjá”, a cantora, que se declara evangélica há 12 anos, optou por dizer “eu canto meu rei Yeshu’a”, nome em hebraico de Jesus.
A representação entregue ao MP considera a modificação na letra como “conduta difamatória, degradante e discriminatória”. Ela foi protocolada pelo advogado Hédio Silva Jr., que atua como coordenador-executivo do Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-Brasileiras (Idafro).
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Comentários (2)
Armando Nuno De Fiúza Lopes
02.01.2025 13:52Disparates.
Luis Eduardo Rezende Caracik
02.01.2025 13:50Isso é o mais puro wokismo!