Milton Ribeiro diz em depoimento que famílias gays ‘são como a sua’
Em depoimento prestado na semana passada à Polícia Federal, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, voltou a se desculpar pela declaração, em setembro do ano passado, de que adolescentes gays são de "famílias desajustadas"...
Em depoimento prestado na semana passada à Polícia Federal, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, voltou a se desculpar pela declaração, em setembro do ano passado, de que adolescentes gays são de “famílias desajustadas”.
Após a declaração, dada em entrevista ao Estadão, a Procuradoria-Geral da República pediu ao Supremo abertura de inquérito por suposta prática de homofobia. No interrogatório à PF, obtido por O Antagonista, ele disse que “na sua percepção a família dos gays são famílias como a sua”.
“Perguntado se acredita que família de homossexuais são ‘desajustadas’ disse que não, QUE a sua prática é diferente desse discurso, QUE acolhe as famílias, são famílias como a sua; QUE, perguntado se entende que com suas declarações ofendeu valores, insultou, ofendeu ou estimulou à intolerância e ao ódio público contra os integrantes da comunidade LGBT, afirma que não quis ofender ou discriminar, que essa não foi sua intenção”, afirmou.
Na entrevista, em setembro, Milton Ribeiro disse que não é contra professores transgêneros, desde que eles não façam “propaganda aberta com relação a isso” nem incentivem “meninos e meninas para andarem por esse caminho”.
No interrogatório, ele foi questionado se demitiu ou orientou subordinados a demitir professores em razão de orientação sexual ou identidade de gênero. Respondeu que não.
“Não orientou ninguém do Ministério da Educação sobre questões como demitir ou tomar qualquer outra atitude em relação às pessoas da comunidade LGBT; QUE jamais faria isso de dar uma orientação dessas e, repisa, que não é atribuição do Ministro da Educação, tampouco esse é seu entendimento.”
Durante o interrogatório, os delegados Felipe Leal e Lauren Salatino ainda perguntaram se o ministro pensa que pessoas com orientação sexual ou identidade de gênero são “inferiores, nocivas ou prejudiciais à sociedade”. Ele respondeu que não.
“Sua história atesta que não pensa que essas pessoas são inferiores, nocivas ou prejudiciais, pois tem postura de acolhimento e inclusão, tanto que aos 62 anos de vida é a primeira vez que se depara com esse tipo de situação de ter de responder por esse fatos; QUE como professor nunca teve um incidente desta forma”, registra o termo de depoimento.
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