Mercadante nega retrocesso do BNDES e culpa o “neoliberalismo”
Presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante (foto) fez na semana passada uma defesa apaixonada da...
Presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante (foto) fez na semana passada uma defesa apaixonada da industrialização no país.
Dias depois do lançamento do programa Nova Indústria Brasil, uma política industrial que promete R$ 300 bilhões em financiamentos até 2026, ele defendeu o apoio do banco à indústria naval.
Mercadante disse ao Estadão que parte das críticas aos estímulos anunciados na semana passada à indústria naval brasileira vêm do que ele chamou de “neoliberalismo anacrônico”.
Na entrevista, o ex-senador negou a volta do BNDES do passado, padrinho de políticas pouco efetivas no setor marítimo, com a construção de estaleiros que terminaram em recuperação judicial.
“O que nós anunciamos é redução de spread. Não tem subsídio nenhum, não tem recurso do Tesouro, e não estamos reduzindo a taxa do Fundo da Marinha Mercante. Estamos cortando na carne para estimular investimento e dizer: precisamos de bons projetos. Vamos reduzir o spread para ativar o setor”, disse ao jornal.
O novo velho BNDES
Para o economista Marcos Lisboa, a política de industrialização do governo Lula parece “reeditar velhos instrumentos que distribuem recursos públicos a acionistas do setor privado”. Ele disse ao Estadão que “pelos textos divulgados até agora, insistimos nos subsídios e regras de conteúdo nacional que fracassaram no começo da década passada”.
Sócio-fundador da Oriz Partners e ex-secretário do Tesouro, Carlos Kawall disse ao mesmo Estadão que “é um mero cacoete repetir aquilo que você sempre defendeu, mesmo que não haja evidências de que já deu certo no passado ou que vai dar agora”.
“É a política do Dia da Marmota”, resumiu a economista Elena Landau, ex-diretora do BNDES, para O Globo. “Estão sendo anunciados os mesmos instrumentos do passado para estimular a indústria. No Dia da Marmota, as coisas se repetem, mas pelo menos se aprende com o comportamento passado. No Brasil, em relação à política industrial, isso não acontece”, completou.
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