MEI: benefício ou armadilha? estudo revela impactos negativos do programa!
Programa MEI pode estar trazendo mais prejuízos que benefícios, aponta estudo O programa MEI (Microempreendedor Individual) criado em 2009 pelo governo brasileiro.
O programa MEI (Microempreendedor Individual) criado em 2009 pelo governo brasileiro, com o objetivo de regularizar a situação dos trabalhadores autônomos, parece trazer mais complicação que solução.
Segundo um estudo realizado pela economista Bruna Alvarez, professora da gradução da EESP/FGV, cerca de metade dos 9 milhões de brasileiros registrados como MEI em 2019 não se enquadram na categoria de microempreendedores.
Tal constatação indica que muitas empresas estão optando por contratar trabalhadores como MEI, a fim de reduzir custos trabalhistas, prática conhecida como “pejotização” via MEI.
A tecnologia e os microempreendedores
Para chegar a essa conclusão, o estudo realizou uma modelagem de equilíbrio geral com base nos dados brasileiros.
Os resultados apontaram que determinados cenários, incluindo a não existência do MEI, resultariam em uma situação de bem-estar maior que a condição atual.
A pesquisa constatou que regiões que, em 2009, estavam mais próximas de antenas 3G – o que significava ter um melhor acesso à internet – tiveram um aumento de empresas criadas como MEI e uma redução de contratações via CLT, confirmando a suspeita de que o MEI vem sendo amplamente usado como ferramenta de pejotização.
Alternativas e propostas de melhora
O estudo propõe alternativas, como a inexistência de MEI, a inexistência de pejotização, um maior rigor no combate ao trabalho informal e a redução dos custos tributários de contratação.
De acordo com Bruna Alvarez, em todos esses cenários, há uma melhora na condição da sociedade em comparação à realidade atual.
Para avaliar os impactos dessas medidas, foi adotado um modelo onde os trabalhadores podem optar por quatro modos de atuação: contratos tradicionais de trabalho (CLT), trabalho pejotizado via MEI, trabalho como microempreendedor por meio do MEI e empregador proprietário de uma empresa de maior porte.
Resultados e conclusões
O estudo indica que uma sociedade sem a existência do programa MEI resultaria em empresas mais produtivas e maior arrecadação de impostos.
“Se não existisse o MEI, as empresas produziriam mais e haveria maior arrecadação de impostos”, disse Alvarez.
Esses resultados reforçam a proposta de que a desoneração da folha de pagamento generalizada e intensificação da luta contra a contratação informal podem trazer benefícios ainda maiores do que os oferecidos pela figura do MEI.
Portanto, faz-se necessária uma revisão do programa, de forma a maximizar seus benefícios e minimizar seus possíveis impactos negativos.
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