“Medidas preocupam”, diz Deltan sobre operação que mira Jordy
O ex-deputado federal Deltan Dallagnol (foto) afirmou nesta quinta-feira, 18, que as buscas realizadas pela Polícia Federal em endereços ligados ao deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) preocupam...
O ex-deputado federal Deltan Dallagnol (foto) afirmou nesta quinta-feira, 18, que as buscas realizadas pela Polícia Federal em endereços ligados ao deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) preocupam.
Na rede social X, antigo Twitter, o ex-procurador da Lava Jato também questionou a isenção do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para determinar busca e apreensão em endereços ligados ao líder da oposição na Câmara dos Deputados, que é um dos principais críticos ao Supremo no Legislativo.
“O líder da oposição ao governo Lula na Câmara dos Deputados e pré-candidato à prefeitura de Niterói, o deputado federal Carlos Jordy, sofreu hoje buscas determinadas por Alexandre de Moraes pelo 8 de janeiro. O deputado federal, que sempre lutou contra o sistema ao nosso lado sem desistir e sem esmorecer, nega relação com crimes. Numa ‘democracia inabalada’, as medidas preocupariam (e me preocupam) muito por pelo menos 3 razões:
1. As buscas aconteceram depois de o STF e Moraes sofrerem duras críticas pelo fato de que o STF não tem competência para julgar os réus do 8 de janeiro, sem foro privilegiado. Moraes chegou a dar a fraca e infantil justificativa de que ‘quem decide se é competência do STF é o próprio STF’. Mais de um ano depois dos fatos, vêm essas buscas. Elas são apenas um mecanismo artificial para tentar justificar a competência?
2. Se o deputado apoiou atos de protesto no 8 de janeiro, sem ter incentivado ou participado de crimes, seu comportamento é legítimo. Muitos protestos são feitos sem crimes serem praticados. Se participou de grupos de WhatsApp em que outras pessoas se envolveram com ilícitos, sem ter se engajado em nada criminoso, também não há crime por parte dele. O que importa é o que fez e sua intenção. Há provas efetivas de crimes ou há meros pretextos?
3. A medida é bastante grave e foi tomada contra o líder da oposição na Câmara, um dos principais críticos do STF. Na democracia inabalada de Lula e do STF, isso será visto com normalidade? Se Moraes era alvo do 8 de janeiro e Jordy é um de seus principais críticos, tem isenção para decidir? Há fatos graves o suficiente e provas consistentes o suficiente para justificar medida dessa envergadura contra um dos principais adversários do STF e do governo? Ou se trata de mais uma perseguição a adversário do sistema?
Por fim, nada disso altera o fato de que, até hoje, nas centenas de denúncias e condenações contra os réus do 8 de janeiro, não há uma única autoridade com foro privilegiado. Nada disso remedia as gravíssimas violações aos direitos e garantias constitucionais dos réus, para as quais o ministro Alexandre de Moraes não ofereceu respostas. Enquanto isso, abusos e questões vitais que representam verdadeiro risco, essas, sim, para nossa democracia, vão se avolumando”, escreveu Deltan.
Operação Lesa Pátria
O deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) foi um dos alvos da 24ª fase da Operação Lesa Pátria, deflagrada nesta quinta-feira, 18, pela Polícia Federal.
A ação visa identificar pessoas que planejaram, financiaram e incitaram atos ocorridos entre outubro de 2022 e o início de 2023, no interior do estado do Rio de Janeiro.
Jordy está sendo investigado porque manteve contato com algumas pessoas que planejaram os atos de 8 de janeiro de 2023. A PF identificou mensagens escritas pelo parlamentar a algumas das pessoas que já cumprem pena por participar da invasão às sedes dos três Poderes, em Brasília.
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