MDB aprova quase 60% dos créditos suplementares do governo Bolsonaro
O Antagonista teve acesso a um levantamento que mostra a participação dos partidos na aprovação de créditos adicionais demandados pelo governo de Jair Bolsonaro no segundo semestre de 2019...
O Antagonista teve acesso a um levantamento que mostra a participação dos partidos na aprovação de créditos adicionais demandados pelo governo de Jair Bolsonaro no segundo semestre de 2019.
Quando falta dinheiro em situações que o Executivo considera importantes, um PLN é enviado ao Congresso Nacional, para que deputados e senadores autorizem ajustes no Orçamento.
Entre julho e dezembro do ano passado, o Parlamento aprovou 83,4 bilhões de reais em créditos especiais, ou seja, despesas que não estavam previstas inicialmente no Orçamento. Desse montante, quase 60% constavam em PLNs relatados pelo MDB.
O estudo em questão foi feito pela liderança do governo no Congresso, que, a partir de outubro, passou a ser comandada pelo senador emedebista Eduardo Gomes. Ao fazer esses números chegarem ao Planalto, o MDB — que conta ainda com a liderança do governo no Senado, com Fernando Bezerra Coelho — quer mostrar sua lealdade a Bolsonaro.
“Os recursos aprovados por partido revelam atuação expressiva do MDB, partido do atual líder do governo no Congresso, no resultado da aprovação desse total de recursos”, diz trecho do estudo. Mais adiante, o texto afirma que a liderança do governo foi responsável por “construir cenário propício para aprovação” desses créditos.
O segundo partido que mais contribuiu para a aprovação dos créditos suplementares foi o DEM, de Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre — a sigla relatou PLNs no total de 9,6 bilhões de reais. Em seguida, aparecem o Podemos (6,3 bilhões de reais), o PP (5,6 bilhões de reais) e o PL (3,7 bilhões de reais).
Somente em uma sessão do Congresso em dezembro do ano passado, os parlamentares aprovaram mais de 20 PLNs. Na ocasião, a oposição reagiu, sob o argumento de falta de transparência para esses recursos, que foram destinados, por exemplos, a ministérios, a subsidiária holandesa da Petrobras, a comprar carros novos para o presidente, o vice-presidente e os ex-presidentes da República, a custeio e obras das Justiças Federal, Eleitoral, do Trabalho e do Distrito Federal, do Ministério Público da União, e para auxílio-moradia no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).
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