MBL e Doria
Kim Kataguiri, entrevistado pelo Estado de S. Paulo, disse claramente tudo aquilo que a revista piauí tentou encontrar nas mensagens de WhatsApp do Movimento Brasil Livre...
Kim Kataguiri, entrevistado pelo Estado de S. Paulo, disse claramente tudo aquilo que a revista piauí tentou encontrar nas mensagens de WhatsApp do Movimento Brasil Livre.
Leia um trecho:
O que você está achando desse governo?
Eticamente, péssimo, não tem a menor dúvida. É matematicamente impossível o cara ser presidente do PMDB e ser honesto. É logicamente excludente. Sem falar que ele foi vice da Dilma durante o escândalo do Petrolão. Ele não saber de nada é ter muita ingenuidade, ainda mais ele que tinha mais trânsito no Congresso. Por outro lado, economicamente, acho que foi um dos melhores governos. Foi o que mais implementou reformas, reformas importantes, estruturantes, que vão permanecer independente de governantes. Trabalhista, leilão do pré-Sal, abertura do mercado das empresas aéreas, diversas parcerias público-privadas que estão sendo feitas no setor de infra-estrutura.
Você acha que é um governo legítimo, no final das contas?
Sim.
Você acha que o impeachment foi uma coisa boa?
Foi, sem dúvida. Eu não digo que esse governo é o dos meus sonhos, que eu escolheria se tivesse um poder supremo de indicar alguém para a presidência da República, mas acho que o impeachment foi uma coisa positiva porque, mais do que escapar de incompetência e corrupção, a gente estava escapando de autoritarismo, que é o mais perigoso de tudo. Mais do que roubar, aparelhar, indicar cargo comissionado, negociar com o PMDB, o mais grave era ter um projeto autoritário.
Quem seria seu candidato para o ano que vem?
O Doria.
Ele vai concorrer?
Acho que sim.
Mas ele não teve nem um ano de gestão. Isso é uma loucura.
Mas a gente não está vivendo as condições normais de pressão e temperatura. Em condições normais, ele deveria terminar a Prefeitura, e ele não subiria de zero para 13% de intenção de voto para presidente. A gente está vivendo um momento de vácuo!
E o Alckmin está numa boa com essa história?
Ah, com certeza não. Os dois estão numa queda-de-braço para ver quem sai para a presidência pelo PSDB.
Mas o Doria tem uma lealdade em relação ao Alckmin.
Mas ao mesmo tempo ele tem o anseio de ser presidente da República.
Mas ele já fala disso claramente?
Não, mas insinua. O prefeito de São Paulo tem que antagonizar a Câmara, não o ex-presidente da República. Não faz sentido antagonizar o Lula se você não quer ser presidente.
Quais os pontos de convergência entre o MBL e o Doria?
Principalmente a área econômica. Privatização da Petrobras, independência do Banco Central, diminuição dos cargos comissionados, de Ministérios, de burocracia, do tempo para abrir uma empresa, para declarar impostos, complexidade dos impostos, revisão do pacto federativo. Com toda essa parte organizacional da economia a gente concorda.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)