Marina foi passada para trás
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (foto), foi hostilizada no 5º Congresso Nacional da Rede Sustentabilidade...
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (foto), foi hostilizada no 5º Congresso Nacional da Rede Sustentabilidade, que ocorreu no último fim de semana e marcou a derrota de seu grupo político contra a chapa da ex-senadora Heloísa Helena, que foi reeleita porta-voz — como são chamados os dirigentes da legenda. Integrantes da Rede, fundada pela própria Marina, se queixam do apoio a Aécio Neves (PSDB) no segundo turno das eleições presidenciais de 2014, de posicionamentos considerados comedidos e a acusam de abuso de poder.
A Rede foi lançada por Marina em 2013, quando o país era presidido por Dilma Rousseff. Na ocasião, a legenda não se apresentou como governo nem oposição e lançou Marina como sua candidata ao Planalto no ano seguinte. No entanto, a Rede teve dificuldade em coletar assinaturas e só obteve seu registro no TSE em 2015. Naquele ano, Heloísa Helena deixou o PSOL e se filiou à sigla de Marina.
A ascensão de Heloísa Helena no partido ocorreu em 2021, quando foi eleita pela primeira vez como porta-voz, fortalecendo a ala mais à esquerda da legenda. Entre os temas que separam a ministra e a ex-senadora está a política ambiental. Heloísa Helena e seu grupo defendem o ecossocialismo, que associa a preservação do meio ambiente à mudança do sistema econômico. Já Marina se define como “sustentabilista progressista”, que não considera necessário o rompimento com o capitalismo.
Em razão de divergências entre as alas, militantes da chapa de Heloísa, “Rede Vive Pela Base”, puxaram o coro “A Rede que eu quero não votou no Aécio” no evento. Também afirmaram que ela teria oferecido cargos em troca de apoio político para a sua chapa “Rede Vive”, encabeçada por Joenia Wapichana e Giovanni Mockus. Outra alegação foi a de que ela seria “amiga de banqueiros”, em alusão a Neca Setúbal, que foi coordenadora de seu programa de governo na campanha.
A ministra, que estava na China e acompanhou o evento virtualmente, se defendeu das críticas. “Pergunto a cada um e a cada uma: alguma vez eu liguei para qualquer pessoa para insinuar sobre a honra de quem quer que seja aqui? Se disser que é verdade, é mentiroso. Já fui chamada de homofóbica, fundamentalista. Não é com rótulo, com conversinhas por trás, e palavras doces pela frente, que vamos ser diferentes”, disse Marina, acrescentando que saiu “sangrando” do evento após a derrota e as críticas.
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