Maria do Rosário justifica voto contra veto de Lula ao PL das ‘saidinhas’
Única deputada do PT a votar pela derrubada do veto, ela disse ao 'Globo' que a decisão do presidente da República "foi um equívoco"
Pré-candidata à prefeitura de Porto Alegre, a deputada Maria do Rosário (PT-RS), única deputada do PT a votar contra o veto do presidente Lula (PT) ao projeto de lei que extingue o benefício da saída temporária de presos, apelidado de PL das ‘saidinhas’, afirmou que o voto buscou evitar “ataques rasteiros”.
Ao jornal O Globo, a parlamentar defendeu sua posição, dizendo que o veto de Lula “foi um equívoco”.
“Se eu não criar condição para que a população me escute em outros temas, sempre estarei como alvo de ataques da extrema direita, então quis dialogar tirando o foco disso. Foi um equívoco o veto. Temos que debater de forma mais complexa temas como esse. Meu voto para derrubar o veto só serviria para ataques rasteiros”, afirmou.
“Procurei com esse voto retirar o discurso extremista que tenta sempre desvirtuar nossos posicionamentos e sair dessa questão, em que eu sou alvo de ataques permanentes. Meu objetivo unicamente é centrar no debate de como o Rio Grande do Sul vai se recuperar”, acrescentou.
Maria do Rosário é pré-candidata à prefeitura de Porto Alegre, onde o prefeito e pré-candidato à reeleição, Sebastião Melo (MDB), tem proximidade com o bolsonarismo.
Congresso derruba o veto de Lula
O Congresso Nacional derrubou na terça-feira, 28, o veto do presidente Lula (PT) ao projeto de lei que extingue o benefício da saída temporária de presos, apelidado de PL das ‘saidinhas’. Ao sancionar o texto, o petista restabeleceu a possibilidade de saída de presos do semiaberto para visitar familiares.
Deputados e senadores, no entanto, afirmam que esse era o principal ponto da proposta aprovada por ampla maioria na Câmara e no Senado. Com a derrubada do veto, a legislação vai permitir as ‘saidinhas’ apenas para estudos e trabalho externo ao sistema prisional.
O PL das ‘saidinhas’ ganhou celeridade no Congresso depois que o policial Roger Dias da Cunha, de 29 anos, morreu no começo de janeiro deste ano, depois de ser baleado na cabeça durante confronto em Belo Horizonte (MG). Os autores dos disparos deveriam ter retornado à prisão depois da saída de fim de ano.
De acordo com dados da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), do Ministério da Justiça, de janeiro a junho de 2023, 120.244 presos tiveram acesso à saída temporária em todo o país. Desses, 7.630 não retornaram, se atrasaram na volta à unidade prisional ou cometeram uma falta no período da saída, o que representa uma parcela de 6,3% do total de beneficiados.
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