As falas do pastor Silas Malafaia sobre a posição de Jair Bolsonaro a respeito das eleições municipais em São Paulo repercutiram na base alidada do ex-presidente da República no Congresso Nacional. “Silas Malafaia é aliado totalmente independente. Sempre se expressou. Se expressa e a gente recebe tanto os elogios quanto as críticas. Não temos nenhum reparo a fazer. Somos radicalmente democráticos”, declarou o deputado José Medeiros (PL-MT), veterano da base bolsonarista, em entrevista a O Antagonista.

E completou: “Consigo compreender tanto o Silas quanto o presidente Bolsonaro. O Silas é totalmente engajado. Ele queria que o presidente se definisse em relação ao Pablo Marçal, que fosse para cima, que desse uma voadora. Mas o presidente Jair Bolsonaro tem que medir o tensionamento de cada ação sua. A ala que defende o presidente não queria votar no Nunes e acabou ficando colada no Pablo Marçal”.

‘Voadora’ em Marçal pode atingir eleitor bolsonarista

Segundo o parlamentar, o cálculo feito por Bolsonaro é que ações ‘mais fortes’ contra o ex-coach durante o primeiro turno das eleições em São Paulo poderiam atingir o eleitor bolsonarista.

De acordo com Medeiros, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), candidato a reeleição, foi beneficiado pelo apoio do ex-presidente. Mas o cenário de divisão entre as opiniões do eleitorado exigiu cautela. Para o deputado, Bolsonaro escolheu ‘respeitar’ o movimento de adesão feito por parte dos parlamentares de sua base à campanha de Marçal.

“Na eleição municipal o couro come. Obviamente que o presidente Jair Bolsonaro fez o cálculo. No momento em que ele desse uma voadora em Marçal, estaria atingindo esse eleitor dele [Bolsonaro], que também gosta dele [Marçal]”, acrescentou o deputado.

Reconciliação

Como mostramos, o pastor Silas Malafaia afirmou nesta quarta-feira, 9, que se acertou com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) após troca de farpas após as eleições municipais do dia 6.

Em declaração à Folha de S. Paulo, Malafaia falou que conversou com o ex-presidente pelo Whatsapp desde terça, 8.

O pastor relatou que Bolsonaro estava “indignado pela minha fala” e “com muito direito, senão ele não era um ser humano”.

E, acrescentou: “Eu e o Bolsonaro, pode o pau cantar. A gente fala e acerta”.