Lula terá um representante na presidência da Câmara?
O vice-líder da oposição na Câmara, Maurício Marcon, falou da insatisfação da "direita raiz". Esse pode ser um dos motivos da cautela de Lira sobre o nome de Elmar Nascimento
O vice-líder da Oposição na Câmara dos Deputados, Maurício Marcon (Pode-RS), afirmou, em entrevista a O Antagonista, que o sentimento dos parlamentares da chamada “oposição raiz” é de insatisfação com os nomes que circulam no páreo da disputa pelo comando da Câmara dos Deputados.
“Parte da oposição não se sente contemplada, principalmente os mais ideológicos, que dependem muito menos de emendas e cargos e muito mais da defesa de valores e princípios”, destacou.
Na avaliação do parlamentar, não se consolidou em meio a disputa pela sucessão de Arthur Lira (PP-AL) um nome que destoe do alinhamento pleno com o Palácio do Planalto.
“Brasil precisa hoje é de alguém que pense no país“
“Ambos os candidatos tem votado muito mais com o governo, o que nos faz acreditar que Lula terá um representante na presidência da Câmara”, ponderou Marcon. Segundo ele, “o que o Brasil precisa hoje é de alguém que pense no país e não em cargos e emendas somente”.
O PL, principal partido de oposição da Casa de Leis, ainda não definiu posição no pleito. Perguntado sobre qual será o caminha da oposição no pleito, Marcon diz que ainda não houve tempo para traçar um estratégia nesse sentido.
“É uma discussão que ainda temos que ter na oposição. No momento o foco é parar com os desmandos de Moraes e o foco está no 7 de setembro e no pedido de impeachment dele“, arrematou.
A insatisfação da “direita raiz” é apontada como um dos motivos do recuo de Lira sobre a convicção no nome do líder do União Brasil, Elmar Nascimento.
Implosão
A corrida pela sucessão de Arthur Lira (PP-AL) na Presidência da Câmara dos Deputados tomou novos rumos com a desistência do presidente do Republicanos, Marcos Pereira. Agora, Hugo Motta (PB) – líder do partido da Casa – é visto como um candidato que poderia agregar tanto votos da oposição quanto da base do governo Lula.
Por essa razão, Lira ainda resiste em proclamar qual será seu candidato à Presidência da Câmara. Elmar Nascimento – líder do União Brasil na Casa – ainda trabalha para receber as bênçãos de Lira, mas alguns líderes parlamentares admitiram a O Antagonista que a entrada de Motta na disputa embolou o jogo.
A começar pelo terceiro nome envolvido na disputa: Antonio Britto (BA) – líder do PSD na Câmara. Marcos Pereira, conforme apurou este portal, conversou nesta terça-feira com o presidente do PSD, Gilberto Kassab, afirmando que poderia sair da disputa caso o Britto também topasse apoiar um nome de consenso, que seria Motta. Kassab sinalizou a Pereira que tentaria convencer Britto a deixar a disputa, mas não houve nenhuma confirmação de que o deputado baiano abandonaria a briga nessa reta final para apoiar Motta.
A candidatura de Motta tem a simpatia do presidente Lula, mas é vista com desconfiança por alguns integrantes do PT. Isso porque, Motta é próximo de Ciro Nogueira, presidente do PP, e votou pelo impeachment de Dilma Rousseff. Ele também foi da base governista ao longo do governo Michel Temer (MDB).
Lira, no entanto, tem avaliado que não pode fazer uma “aposta errada” e percebeu nesta semana que Elmar Nascimento não conseguiu reduzir sua resistência entre os colegas de parlamento. Nesse xadrez, Motta, mesmo com uma certa resignação dentro do PT, poderia reunir tanto petistas quanto bolsonaristas em uma mesma candidatura. Algo que só Lira conseguiu. E Lira não quer errar nessa reta final de gestão.
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